quarta-feira, maio 30, 2007

La haïne

A nossa sociedade está doente, as pessoas padecem de uma doença muito perigosa: ÓDIO. Doença essa que, por vezes, pode ser mortal. O que, não é nada de novo,afinal, espera-se que um dia chegue a nossa vez. Só que esta machadada vem devagar. Ou seja, a doença e o seus sintomas nefastos, prolongam-se por muitos e muitos longos anos. E, todos os dias, olhando para o espelho, vemos os sinais da doença, espalhando-se pelo nosso corpo. Através dos olhos, vemos que o nosso interior está a apodrecer. E, sem que se dê conta, passamos a deitar um odor estranho, que repele terceiros e afasta entes próximos. O nosso corpo, a nossa pele, começa a encarquilhar-se. Espero que se a minha estiver a engelhar, que seja um sinal das risadas que dou, da contracção dos músculos da minha face...e não da crispação da minha alma, embebida pelo ódio.

Cheguei à conclusão que as pessoas que moram no mesmo prédio que eu, têm um ódio de estimação por mim. Vale tudo. Até não abrir a porta ao carteiro! O que lhes passará pela cabeça? Pensam que eu estou à espera de um cheque do Euromilhões?! :-) Se calhar sabem mais do que eu... Levantam-se e, propositadamente, fazem barulho e violentamente, para me incomodarem. Aspiram a casa se estou a dormir, ligam o rádio bem alto, "atiram" com todas as portas possíveis e imaginárias... :-) Patético, não? Infantil, por certo.

A minha reacção: se quero silêncio, ponho tampões nos ouvidos, se quero estar na minha, ponho a minha música. Sempre achei estranho, tendo em conta o meu modo de ser e de estar, não se ter música ou "livros a sério", em casa. Para mim, diz muito destas pessoas. Felizmente, não consigo viver sem música e ponho algo a tocar e "toco" para a frente a minha vida. Se não, tenho sempre a minha voz. Para azar deles, tenho cerca de 300 cd's em casa... São poucos, acreditem, mas chega para mim. Será que chega para eles?

People are people
So why should it be
You and I should get along so awfully
People are people
So why should it be
You and I should get along so awfully

So were different colours
And were different creeds
And different people
Have different needs
Its obvious you hate me
Though Ive done nothing wrong
Ive never even met you
So what could I have done
I cant understand
What makes a man
Hate another man
Help me understand
People are people
So why should it be
You and I should get along so awfully
People are people
So why should it be
You and I should get along so awfully
Help me understand
Help me understand

Now youre punching
And youre kicking
And youre shouting at me
And Im relying on your common decency
So far it hasnt surfaced
But Im sure it exists
It just takes a while to travel
From your head to your fist (head to your fists)
I cant understand what makes a man
Hate another man
Help me understand
People are people
So why should it be
You and I should get along so awfully
People are people
So why should it be
You and I should get along so awfully

I cant understand
What makes a man
Hate another man
Help me understand
I cant understand
What makes a man
Hate another man
Help me understand
I cant understand
What makes a man
Hate another man
I cant understand (people are people)
What makes a man (why should it be)
Hate another man
Help me understand...

terça-feira, maio 29, 2007

Take me out...

tonight, I don't care, anywhere, anywhere...

at your side, it's such a heavenly way to die...

Começamos as férias no próximo domingo,madrugada de Segunda-feira, mas já estou em modo de férias. Já começo a reviver melodias ancestrais e intemporais, já vou arrumando a casa, pois gosto de a deixar arrumada, quando saímos por um tempo. Sabe bem voltar e estar tudo arrumado. Quando chego, a sensação que tenho, é que estive imenso tempo fora. A saudade de casa é muita,mas a sua arrumação, ao chegar, relembra-me os quartos de hotel pelos quais passámos, a confusão que lá fizemos, as marcas que lá deixámos e o ar arrumado que, temporariamente, será reestabelecido, depois de termos saído.

Gongas! Estou a caminhar na tua direcção! Desvia-te! Tanta é a vontade de aí estar, que não seria de admirar se, de maneira estranha, já sentisses a minha presença aí. Estou indo! Desviem-se!

sábado, maio 26, 2007

De olhos fechados...

os dois. Em comum, além do olhar adormecido,os pêlos: da barba de um e do corpo do outro. Ambos têm um corpo esguio e curvas que também me provocam adormecimento. Fazem-me sentir uma vontade de mergulhar no meio dos pêlos deles. De vez em quando, adivinham-se pequenos movimentos automáticos dos seus corpos que,com muita ternura e alguma graciosidade, pedem colo e carinho. Estão com sono. Querem dormir. Eu também quero dormir. Mas custa-me tanto fechar os olhos, não conseguindo mais observar o seu ritual de adormecimento... Juntar-me-ei, contudo, de bom grado ao ritual, sabendo, com muita certeza que, todo ele, o ritual, se deve a uma coisa: ao luxo de ser possível acordar no dia seguinte, por mim e para mim. Juntos dormimos para juntos acordar. "Desapague-se" a luz, que a manhã chegará não tarda com novos raios.

E não era...

que,cantando gritava e ao dançar lutava. E pela primeira vez odiei que houvesse música e que alguém estivesse a ser por ela conduzida. Ninguém se aproximava e eu, sem parar, passei e também me afastei. Senti-me mal por uns segundos e continuei, enjoada, mas continuei, a minha vida. Não me esquecendo que aquele cenário, mesmo que o odiasse, iria fazer sempre parte da minha vida. Ao longe, de perto, estará sempre lá. Gritando, dançando, lutando ou cantando. Enervou-me. A música enervou-me. Que seja ela a culpada disto tudo. Hoje,estou de folga. Não carrego bagagem de terceiros.

sexta-feira, maio 25, 2007

SERES

Uma associação na área do VIH e SIDA, direccionada para mulheres. Faço parte da associação, porque espero vir a dar um contributo importante nesta área. É algo que toca a todos, directa ou indirectamente. Para visitar, o blog, por curiosidade, pelos assuntos de interesse e actuais que se apresentam, para comentarem, positivamente, ou seja, de forma construtiva, para... :-)


http://seres-vih-sida.blogspot.com/

quinta-feira, maio 24, 2007

Música para escutar, só escutar

O som não é o melhor, mas o que conta é a intenção. A minha cabeça ainda dói,não consigo pensar muito e esta música é boa para estas alturas. Se não viram o filme, os coristas, vale a pena. É simplesmente bonito...


http://www.radioblogclub.com/open/109197/les_choristes/Les%20Choristes%20-%2002%20-%20In%20Memoriam

quarta-feira, maio 23, 2007

Cuidado com a língua!!!

"'Se precisares de um doutoramento e mais seis anos na carreira, só tens de me mandar um fax'". - frase dita por um professor do Norte, à hora do almoço, em conversa com 2 colegas. O desfecho disto: suspensão e processo disciplinar,tendo em vista o seu despedimento.

Corrijam-me: ainda estamos em Portugal? Quem é que é o nosso presidente? Não é aquele homenzinho avermelhado que vive numa ilha, pois não? O que é feito da liberdade de expressão? E que clima é este, que se instala neste país? Já não se pode contar umas piadas à hora do almoço? Se é que ainda se tem direito a hora de almoço... E revistam-se secretárias e a caixa de correio de email das pessoas?!

Bem... Pensando um pouco mais no assunto, há pouco tempo, estive envolvida em "esclarecimentos" com uma pessoa, devido a reenvios de mensagens pessoais minhas e outras coisas. Meu Deus! Será que vão fechar o meu blog?! Desculpa, Zé! Estava só a brincar! Ó, Zeca, não te chateies comigo! Será que fico sem subsídio de desemprego se virem as minhas piadas sobre o governo português?

Estou com medo... Be afraid, be very afraid...

Ontem

foi um dia comprido e positivamente estranho. Porquê? Sei lá. Sei que me dói a cabeça e que tenho teste daqui a umas horas e que vai correr lindamente... Detesto testes!:-)

Sobre ontem, o tempo esteve estranho,nem sei se choveu,o Manso trocou-me pelo seu Mentor ao almoço e só nos vimos de manhã. Tive aula de canto às 9h da manhã, um crime, mas pelo qual já estou habituada a ser sentenciada e depois da aula, andei, por aí, como de costume.

Tive concerto com a família Gift, um prazer, as usual e, tal como tudo o que envolve concertos, há sempre um período de reflexão. Nada demasiado profundo, mas há sempre qualquer coisa. Parece que quando estamos em concertos, em digressões e falo dos vários tipos de concertos que faço, as pessoas expõem-se e algo acontece. Já cheguei triste, em baixo, de alguns concertos (não o de ontem, nem nunca com as pessoas de ontem). Ontem, tudo foi como tinha que ser, como estava "destinado" a ser. E soube a pouco. Sabe sempre a pouco. Sabemos que podemos dar sempre muito mais, que as pessoas estão ávidas para receberem mais e que nunca é perfeito. O que é bom, pois é o que nos faz procurar dar ainda mais de nós e continuar a tentar fazer ainda melhor. Nunca se dar por satisfeito e saber, ao mesmo tempo, reconhecer o que é suposto ser, naquela altura.

É giro estar com as pessoas,nestas andanças: trocar histórias, contar piadas, discutir temas "polémicos", para passar o tempo, mas bem. Não só para passar. Não há tempo para matar tempo... Voltamos sempre com mais qualquer coisa. Assim, cheguei a casa "consumida" mas bem "consumida". E isso faz a diferença. Quero e gosto de gastar energia, de trocar energias, de receber energia. Também voltei com uma enxaqueca, mas, ossos do ofício!

Também fiquei contente porque, um amigo que não está no meu messenger!!!, fez-me um favor tremendo e sem qualquer "catch". Fê-lo e pronto. E seria tão bom que acontecessem mais coisas assim. Precisam-se de pessoas mais espontâneas, tanto em situações positivas como menos positivas. Porque é bom saber com quem se pode contar e em que "termos". E foi bom saber que posso contar com esta pessoa.

A troca de energias foi tanta, que a minha cabeça continua a doer. Já comi uma quantidade considerável de gelado de lemon cheesecake com bolacha maria, mas não passou. Que estranho... :-) O que estarei eu a fazer de errado?

p.s - o Manso não almoçou hoje comigo, outra vez e a minha cabeça dói novamente. Vislumbra-se um padrão?! :-)
p.s.2 - Gongas, está quase... Até eu já começo a sentir aquela sensação no estômago...

terça-feira, maio 22, 2007

Escolher bem as amizades...é fácil!

Aprendi hoje, como saber quem são os nossos amigos, quando tomava o pequeno-almoço, na Panificação do Chiado:

- E ele pensa que o Tiago é amigo dele, só porque saem sempre juntos e passam a vida em festas!
- Como se isso quisesse dizer alguma coisa! Não tem nada a a ver.
- Pois não! E a Maria, que pensa que é minha amiga?
- Amiga?
- Ela nem está no meu Messenger!

E foi nesta altura, que eu troquei o meu chá gelado de menta por uma imperial...

domingo, maio 20, 2007

Borga Nights


O calor já começa a causar estragos... Sexta-feira,sentei-me numa esplanada às 16h40,de lá saí por volta das 22h, cheguei a casa por volta das 2h da manhã e cá num estado... Já há muito tempo que não apanhava uma carraspana e confesso que, este ano, tenciono não apanhar mais nenhuma! Só ontem à noite recuperei e, na sexta,aliás, sábado, quando cheguei a casa, mesmo tendo bebido bastante,consegui chegar com quase menos 2 kilos... Que desgraça!Mas...o dia e a noite estavam excelentes, a companhia: o meu best man Borge, Rei da Borga e Rodmanso que, por vezes, nada tem de manso... Partimos a loiça toda! Aqui fica uma pequena foto,tirada pelo Borge,quando ainda conseguia tirar fotos... :-) Um cheirinho a Verão

quinta-feira, maio 17, 2007

C.M.L - A "Cama de Lisboa"

De Costa(s),com um Negrão chamado Ruben que, afinal, era uma Roseta. Qui Sá, Fernandes, se a Cama de Lisboa não tem um colchão King Size e cabem lá dois? Como diz um tal de Sócrates, "eu sou sei que nada sei", mas quem lá for parar,coisas fantásticas fará, como desamparar-me a loja...

Quais as coisas que convém ter ou saber, quando se está de Cama, aliás, na Cama de Lisboa:

- Costa(s) largas
- Um curso prática de magia e nouvelle cuisine - receitas integradas no curso - como fazer omeletas sem ovos, por exemplo
- Ser adepto de acupuntura ou de andar sobre brasas - consta que a Cama de Lisboa é feita de espigões de ferro, para manter a postura e não dar cabo das Costa(s).
- Muita criatividade - exemplo de ideias - um túnel! Algo até hoje nunca feito! Um que fosse da "Cama de Lisboa" directamente para a "Sem boleia de São Bento" - um local de culto e reunião de numerosos sem abrigo de Lisboa...
- Um telefone fixo com agenda, já com a lista das empresas de crédito em Lisboa nas teclas de marcação rápida
- E o Cartão Lisboa Viva, dá sempre jeito. Ou o 7 Colinas!

Só de ler isto, até fico Ca(r)mona a andar à roda! Em caso de emergência, rezar à Sant'Ana Lopes,recentemente eleita em Fátima, terra para os lados da Figueira da Foz... Qualquer problema, qualquer situação, consta que faz desaparecer num instante!

P.S (de post scriptum,não de partido socialista) - Não marcar férias em Julho deste ano, nem usar as pontes de Junho... não daria jeito. Aproveitar antes os feriados do último trimestre do ano, parece que este "Inferno" vai ser ainda mais rigoroso.

quarta-feira, maio 16, 2007

Cadeia de sentimentos

Estou exausta. Parece que não durmo há dois, três dias... Hoje, terça-feira (o dia para mim ainda não terminou...),tive a audição final, deste ano lectivo, de canto, sendo, no meu caso, este o meu instrumento no conservatório de música. Ontem, segunda-feira, o dia foi "normal" - acordei tarde...tive uma aula particular de canto(funciona mais como a minha "terapia", pois somos acima de tudo amigas);se não estou enganada,a Rosário, fará 80 ou 81 anos, dia 12 de Junho e é cá uma Mulher! Que garra, que genica, exala confiança,reflecte respeito e exige seriedade. É um dos lemes da minha vida. A aula foi normal, ou seja, falámos durante 35 minutos,ensaiamos durante 10 minutos...e a aula, tem uma duração de 30 minutos.

Lunch time - local habitual,envolvendo os suspeitos do costume. À tarde - estudar para o curso de DJ e Produção ao fim da tarde; à noite - duas horas de curso de Teatro. Dia preenchido.
Grupo reduzido no teatro, o pai de uma colega, falecera. Produzimos imenso, trabalhámos muito.Um dos temas centrais da peça,são as últimas horas de uma "Encamada", moribunda, representada, pela colega ausente...Chegada a casa, vejo um pouco de televisão,trocam-se pequenas conversas entre os Mansos,o tempo passa e amanhã, "vai ser outro dia". Será?

Já é terça de madrugada. O meu sono era pseudo-pesado(raramente tenho um sono profundo), ouço o bater violento das portas dos vizinhos, da porta de entrada do prédio, o deambular violento dos seus corpos entre as quatro paredes das suas "masmorras" e penso ensonada: são loucos. Vou mas é continuar a dormir! Já é de manhã, estou tranquila. Quero dormir até ao último minuto, não estou muito preocupada. Tenho uma audição, nem sei a hora certa, aponto para um intervalo provável e faço a minha vida a partir desse cálculo. Que metódica...

8.35, ligo o telemóvel,logo o Manso deve ter acabado de sair. Lembro-me sempre do seu beijo, antes de sair de casa, do cheiro do seu perfume e, com um pouco de sorte, talvez saiba qual a gravata que está a usar... Ponho o alarme para as 10.00, corro com o Pizzi para o quintal e vou para a cama. Os vizinhos, desde de manhã que, freneticamente, organizam nada...e reviram tudo (as portas "violentas" e o batimento do seus sapatos,fazem parte da genial estratégia de represálias para comigo). Ouço os seus sapatos e imagino o cão de um filme cómico a andar de saltos num parque de estacionamento. Bem. Viro-me para o outro lado da cama. Adiante.

Pelas 10.30, recebo um telefonema. Pensava que eram notícias sobre o funeral do pai da minha colega, mas era um vocalista de um grupo de Sertanejo,estilo musical brasileiro, que quer encontrar-se comigo, para um trabalho de estúdio. Porreiro! :-)É melhor começar a treinar o sotaque e ouvir um pouco de Leandro e Leonardo, músicas que falem sobre o amor e as vacas...coisas simples e que fazem saudade a muitos. Acaba a conversa com o Juan, nome artístico de um deles e começo a pensar na audição. Deixo o Sertanejo e volto à Clássica! Já é altura, não?! Faltam...qualquer coisa como...30 minutos! Pelo menos! É o tempo que preciso para estar lá! Acho eu...

Traje para a audição: botas castanhas,saia castanha,quimono de seda castanho,com motivos de rosas e cornucópias, mangas largas e em formato de um V enorme. Parece que tenho asas. Simples, elegante e despreocupado - ou seja, comprado de propósito para este dia! Chegada lá, ao conservatório, 40 minutos antes da audição - já não é mau - ensaio 2 minutos...e, sou informada que faltei à minha aula das 9.00. Precisava de dormir, convenci-me que não teria aula, por causa da audição...
Vejo a ordem das provas e eu sou a 2ª. Vejo o reportório de todos e agrada-me. A prova é de Oratória (Handel-Messias,Bach,Fauré-Requiem),um cocktail explosivo.

Acabo por ser a 3ª a cantar,há um pequeno ajuste por razões especiais, e quando começa a 1ª da lista oficial,começa o carrossel. Pie Jesu, do Requiem de Fauré, simplesmente uma obra que mal a ponho a tocar, choro. Quem canta a seguir? A Nina. O quê? Handel. Começo a ser espancada violentamente. Sado-masoquismo... Canto compenetrada do início ao fim (durante 1 nano-segundo "saio" de mim) e continuo sempre até ao fim. Fico emocionalmente esgotada e sinto que arrastei mais pessoas comigo. Recebo os aplausos, sento-me e começo a chorar. "He was despised", cantara eu. Ária que "denuncia", alerta, anuncia o sofrimento na Cruz e enfrentar da dita vergonha e de todos os insultos. Primeiro tema da Ária, lamenta o desprezo dos homens, segundo momento, com pungência, aclamo e reclamo a Sua força e a "oferta" das Suas faces - aqui, "dou murros na mesa", "viro a mesa" e fico em suspensão com um "grito" de indignação e admiração. Subitamente e ao de leve, volto ao lamentar inicial, contudo energético, vivo. Contundente. Acabo, é permitido respirar.

Foi a melhor audição que fiz nos últimos 3 anos e senti-me de rastos. Não conseguia conter as lágrimas, chorei,doía-me a alma, mas ouvi a parte do Messias até ao fim. A minha, mais 2 árias lindas, sendo a última, "If God is for us, who can be against us"... A seguir, saí da sala e recompus-me. Os colegas que cantaram após a minha prova, praticamente todos, foram contagiados pelas minhas lágrimas. De repente, fomos todos postos à prova, mais do que musicalmente, a nível emocional, humano. Porquê a choradeira? Mal descobrira,há uns anos atrás, que a minha mãe morrera,depois de gritar e avisar quem de direito, dirigi-me à sala e pus o cd do Messias a tocar e com outra irmã minha, chorámos e cantámos ao mesmo tempo, bem alto, à medida que a dor aumentava. Hoje,terça-feira,na altura da minha audição, realizava-se o enterro do pai da minha colega,no qual acabo por estar "presente" através deste conexão e reencaminhar de emoções....Todas as contigências e exigências negativas que, neste momento, pairam sobre a minha vida, condensaram-se no momento em que cantei e entrosaram-se com/e através das vozes dos meus colegas. Uma cadeia de sentimentos... Sottovoce, a uma só voz.Mais uma vez, sou usada e deixo-me usar pela música. Por outras palavras,pus as minhas contas em dia. A vida pedia-me justificações e eu não recuei.

A audição foi ao meio-dia, lá pelas 15h, verti as últimas lágrimas. Chorei por mim, pela minha colega, com a minha colega. Os meus colegas,absorveram as minhas emoções e transformaram-nas em energia para seu usufruto. Quando dei por mim, suava. Eu raramente suo - «Os cavalos também se abatem». Eram as "toxinas" a sairem do meu corpo. Exorcizei-me.

Algures, durante esta semana, seria o aniversário de nascimento da minha Mãe. Posso dizer que, depois de ter sido feita mas sem ter sido programada, prestei-lhe hoje uma pequena homenagem e a outras pessoas. Relembrei-me, uma vez mais, da minha imortalidade e do sentido da minha vida: sentir. Seja positivo ou menos positivo, temos que sentir. Se o que sentimos tem um prazo de validade, se passa com o tempo, não sei. Sei que este tempo é outro e que surgiu na continuidade do anterior. Estão interligados,mas são autónomos. Um não impede o outro de existir. Mas para o presente existir e para um futuro sugir,o passado deve deixar de "insistir". Ou o tempo, passará a fugir...e nós, também, fugitivos e prisioneiros da nossa vida.

Agora que já levei a tareia e do camião descarreguei toda areia, é altura de ir renovar energias. A minha "caderneta" está vazia,logo,volto a ter espaço para mais cromos. Permutam-se cromos.

p.s - eu disse que parecia que não dormia há dois dias...Há dias que parece que nunca mais acabam. Mas, eventualmente, tudo tem um fim. E tudo tem uma razão de ser. Doa a quem doer.

domingo, maio 13, 2007

Maternidade - esse milagre

Não tem nada a ver com o dia de hoje - aliás, o dia de hoje é na realidade sobre o quê? Expliquem-me... A mim, só me ocorre um chorrilho infindável de lenga-lengas monocórdicas e a dor que me provoca nos ouvidos - desculpem esta minha ousadia.

Há dias, a Fátima Lopes, estilista, falava na TV, sobre sucesso e sobre o que gostaria de fazer se não tivesse seguido este caminho. Dizia que, provavelmente, seria algo ligado às artes plásticas ou, pelo menos, algo que envolvesse criatividade. E, comentava, sem querer ferir susceptibilidades que e cito "muitas mulheres sentem-se realizadas com a maternidade (...) eu preciso de algo mais" - é possível fazer e ser mais do que isso. As palavras poderão não ter sido ipsis verbis, como as pus, mas o pensamento era este. Ela não disse que não queria ser mãe (não sei se é), mas que procurava mais coisas. Talvez, talvez quisesse dizer que, a missão maior das mulheres não é a maternidade. Ou seja, dá-se à luz uma criança, somos heroínas e cumprimos o nosso papel.

Cada vez mais, vejo as pessoas a vangloriarem o papel de "Mãe", ainda que estas, as "progenitoras", sejam as maiores bestas do mundo. Quando uma besta (fêmea) engravida e lhe cresce uma barriga, passa logo a bestial... Tenho uma "besta" como vizinha (eu sou mázinha, eu sei) que, de acordo com as suas próprias palavras - é uma fornicadora - que está grávida. Tem sido e continua a ser, uma besta para com todas as pessoas do prédio, incluindo com o seu "something", que vive com ela há 7,8 meses. No entanto, ontem à tarde, só se ouvia a conversa entre a bestialmente grávida e as vizinhas de 2 prédios à frente. E o tom e timbre de voz das "comadres", é penosa e excruciantemente, penetrante nos ouvidos de qualquer um. No entanto, apesar do seu presente volume, os seus hábitos de besta, continuam. A qualquer hora do dia, o prédio treme, quando a futura primípara entra ou sai de casa. "Elvis just left the building".

Ser "Mãe", aka - "já não és virgem, como dá para ver" ou "gostas pouco gostas" ou "eu não te avisei?", é realmente um "certificado de maturidade, responsabilidade e pessoa-modelo"? Continua a ser o "grande objectivo e desafio, concedido e 'concebido' para as mulheres"? É a oportunidade de a mulher começar de novo ou começar alguma coisa na sua vida? Muda realmente? E se sim, essa mudança não pende para os dois lados, postivo e negativo?

Bem, se um dia engravidar, primeiro conto todas as coisas más que fiz ou que penso, a todos que conheço e, logo de seguida, mostro-lhes o resultado do teste positivo de gravidez. Vou começar pelas infidelidades. Mas primeiro, tenho que as cometer.
Já venho. Vou fazer uns telefonemas! :-)

Certo dia, uma tipa, "minha desconhecida" sussurou - "aproveita agora". E eu, com um olhar "o quê?" e ela, "aproveita, enquanto ainda não casaste." - ou seja, vá, salta a cerca... E o Rodrigo, ao meu lado. Será que ela já é casada e tem filhos? :-)

sábado, maio 12, 2007

31...

o número de crianças desaparecidas em Portugal, em 2006. Quantos helicópteros sobrevoaram o país à procura delas? Quantas hélices ouviram? Nenhuma. Não se escutou nada por estas bandas.

Em 2001, a minha sobrinha desapareceu durante 4 meses. Quantas equipas de polícia a procuraram? Nenhuma. A PJ? Não teve conhecimento do caso, pois a PSP nada fez. Encontrei-a, EU, com a ajuda de um professor da faculdade, com a pressão da PJ (depois de eu lá ter ido pedir ajuda),junto da PSP. No dia em que a encontraram, estavam os polícias dos 3 turnos do dia e os que estavam de folga...

O que é que eu quero dizer com isto? Que, um destes dias, sei que vou contar os meus amigos pelos dedos e de uma mão só. Não tenho paciência para certas coisas e uma delas é a falta de "solidariedade" na sua essência. O ir junto com a "massa", com a multidão, com a carneirada e de acordo com o que a TV escolhe para ser o "prato do dia". Neste caso, é uma criança indefesa, uns pais desorientados e notícias para duas semanas. Basta um clique, uma ligação à net, um comando de TV, um telemóvel e "temos actos de solidariedade". Há realmente um sentimento de "pena", de sofrimento em massa, ou é a altura de mostrarmos à sociedade que somos humanos? São dias "oficiais" para as pessoas provarem a sua humanidade...Picar o ponto.

E as "resmas" delas, de crianças que desaparecem e/ou são mortas, brutalizadas e violentadas, pelo mundo fora? A tragédia em África? Está "muito escuro" para esses lados. É normal que não se saiba ou veja nada... :-)

As 31 Portuguesas, que é feito dessas crianças? Quem quer saber do João, do Ruben, da Maria, da Soraia... Quem?!

Estava a ler o Público, lia a coluna do Júdice e pensei, fogo, estava a precisar de desabafar! Tal como ele diz, muitas vezes se cala, porque ter inimigos não é bom e dispensa os enfartes por estes causados. Eu estou nesse caminho, dos inimigos, mas já comecei a pensar que não quero morrer precocemente, por ter discussões idiotas com gente hipócrita, insensível, fingida, que seguem que nem zombies as modas. Voluntariado com animais, mails a pedir auxílio e acolhimento para gatinhos, aos montes. E mails a pedirem 1 euro que seja, para contribuir para uma vacina para uma criança, algures perdida no mundo?

Alguém disse, "são mais relaxados que nós", os estrangeiros. Dois pais médicos e deixam os seus filhos sozinhos? Nem comento. Maior será a sua tormenta, qualquer comentário é ineficaz e cruel. Não quero "atirar nenhuma pedra".

A criança? É inominável. Receio que ao dizer o seu nome, esta o "escute" e pense que a "salvação" está a caminho.

Não consigo conjecturar sobre o seu presente ou futuro. Não me é permitido. Vai comigo para a cama, contudo. Não prometo que só irei pensar nela. Sei que vou pensar em várias, e todas elas terão nomes diferentes, caras diferentes, mas o facto de todas serem crianças, qualquer uma delas, representará as outras. Sofrendo por uma, sofro pelas outras. Deveria decorar a cara dela,questiono-me? Mas são tantas e os seus traços misturam-se. O "eco" dos seus sofrimentos, é que é inconfundível. Hipnotiza-me. Mas sei que se conseguir "silenciar", acalmar, o rasgar de sofrimento de pelo menos uma delas, se conseguir retirar o "esgar" que ameaça"colar-se" ao seu rosto, terei uma noite menos inquieta.

Durante 4 meses, com a Cátia desaparecida,morri. Dormir, comer, estudar, sair à rua, pensar, era uma tortura. E, digo-vos, a mancha que fez, na altura, não sai. Uma radiografia e estará lá para sempre, o seu contorno. Nunca cheguei a ligar para hospitais, com medo de ouvir algo que temesse. Quantas pessoas, mails, ou telefonemas recebi?
(In)Felizmente, veni, vidi, vinci. Parola a escolha da frase, mas é um pouco assim, a vida. Sofri, porra e muito. E pensam que dá gozo passar por isto? E muito estará a sofrer aquela criança e muito estarão a sofrer os pais das 31 crianças Portuguesas ou dos milhares de crianças que morrem estupidamente, devido à ganância e "desumanidade" das pessoas no geral ou devido a guerras religiosas, políticas, etc. Todos os dias morrem crianças no Iraque. Estão preocupados? Ou é nesta altura do noticiário que aproveitam para fazer um "chichizinho"?

Já experimentaram doar dinheiro à Unicef ou outras organizações humanitárias (e não me venham dizer que são todas ilícitas!)? Já experimentaram fazer voluntariado com crianças abandonadas, crianças em bairros excluídos, denunciar casos de maus tratos de pessoas que conheçam ou de quem tenham conhecimento? Dá muito trabalho, não é? É mais fácil fazer forward dos mails que chegam! É sempre a abrir! A quantidade de dinheiro que já foi "doada" por diferentes macacos, já dava para comprar vacinas para milhares de crianças.

Costumo dizer que não trocava a minha vida por nada deste mundo. E que vida. Não sou nenhuma vítima, pois tenho conseguido ir levando a minha vida. Tem os seus pontos bons e menos bons, como a vida de todos. O futuro, sei lá. O que estou a fazer, dentro das minhas possibilidades, sei e bem.

Mas, uma coisa a minha vida me proporcionou e dela, "perversamente", me orgulho (ou seja, lido com esta parte e mais nada): sentir as coisas na pele. E não cair no erro de, consciente ou sub-conscientemente, ridicularizar a vida e jogar ao faz-de-conta.

A realidade é só uma, neste caso: o truque é - "imagine que era você?" - somos bombardeados com as coisas que, supostamente interessa, ou seja, que vendem, que dão lucro e somos todos "convertidos" num ápice. A pessoa mais fria e distante, mais comodista, que mais repúdio sente pelas pessoas( por ser pessoa, por sentir-se vulnerável perante os outros), mostra-se sensível, "tocada". Sente-se um pequeno estalido, é a superfície do verniz que as cobre. No entanto, daqui por um tempito, já se está noutra. E a camada de verniz, impecável.

Tenho um coração de pedra, dirão alguns de vocês. Sou arrogante, opiniosa, presumida, arrogante, magoo,melindro. Serei, isso tudo? Talvez... Se isso significar que repudio o que, para mim, serão "momentos polaroid de uma humanidade fast-food e cheia de cosmética"? Então sim, sou uma besta. Palmadinhas nas costas, só para remover pedaços de comida "encravados" na traqueia de terceiros...

São quase 3 da manhã e passei a semana toda a pensar noutra criança que não a dos media ou internet ou conversas de elevador. Também não sei o seu presente, nem futuro. E também temo o seu desaparecimento ou potencial caminhada para a invisibilidade. Vou dormir. Eles chamam por mim.

quarta-feira, maio 09, 2007

Doutores E Engenheiros

Talvez já tenham recebido esta "pérola", mas fica para mais tarde recordar ou para quem não leu. Já tive histórias como estas (Claro, dizem vocês), e se houvesse um clube "Espirituosos Anónimos", este SR.(ele próprio fará a sua apresentação) e eu, poderíamos ser sócios-fundadores ou algo do género. Bem, fazer parte do clube, para mim, já seria uma honra!
Eis o enredo, comprido mas divertido (que horror, esta frase (e)elevou o meu pensamento para outros lados! Down boy!):


A troca de correspondência entre um cliente e o seu banco que insiste em tratá-lo por engenheiro:

"(...)Na profissão, os senhores indicam-me como engenheiro civil. De facto,>já tive muitas profissões, desde consultor a docente do ensino superior,>tradutor e até escritor. Mas nunca tive o privilégio de trabalhar como>engenheiro civil, até porque a minha licenciatura em engenharia física não>mo permitiria. Como tal, agradeço-lhes que retirem esse dado da profissão,>por não ser correcto nem relevante.>>
Com os meus cumprimentos,>José Luís Mxxxxxxxx">>

"Estimado Cliente, Sr. José Luís Lxxx,>>(...)>No que respeita à sua actividade profissional, e por forma a procedermos>alteração da mesma será deste modo necessário que nos remeta uma cópia>certificada ou original em papel timbrado de uma Declaração da Entidade>Patronal, ou cópia certificada do Cartão Profissional, frente e verso, ou>recibo de vencimento, desde que conste profissão, entidade patronal,>situação contratual e data de admissão, documentação que poderá remeter via>correio para a Remessa Livre n.º 25009, 1144- 960 Lisboa, não sendo>necessário selo, ou em alternativa poderá apresentar os originais junto do>Balcão.>>Relativamente à certificação, a mesma poderá ser solicitada junto da Junta>de Freguesia, dos CTT, do Notário, Advogado ou Solicitador.>>(...)>>Encontramo-nos à sua disposição para prestar os esclarecimentos>necessários.>>
Com os melhores cumprimentos,>>Montepio,>Direcção de Marketing e Novos Canais">>

" Em resposta à vossa mensagem, tenho-lhes a dizer, com toda a sinceridade,>não é da vossa conta a profissão que eu exerço ou deixo de exercer. Agora,>o que não podem, de forma nenhuma, é atribuir-me uma profissão aleatória>que eu nunca exerci, como é a de engenheiro civil. Portanto, agradeço que>retirem qualquer menção à minha profissão dos vossos dados pessoais a meu>respeito, ao abrigo do direito de rectificação que me assiste, de acordo>com a legislação em vigor de protecção de dados pessoais informatizados. ">>

"Estimado Cliente, Sr. José Luís Lxxx,>>Agradecemos, desde já, o seu contacto.>>No seguimento da sua mensagem, e de acordo com a informação facultada na>mensagem envida anteriormente, indicamos que por forma a procedermos à>alteração da sua Actividade Profissional, será necessário que nos remeta a>documentação solicitada, ou apresente a mesma junto de um Balcão, estando>este procedimento de acordo com o Aviso 11/05 do Banco de Portugal.>>A Caixa Económica Montepio Geral, no âmbito dos princípios que presidiram à>redacção desse Aviso, tem vindo progressivamente a promover a actualização>dos Dados Pessoais dos Clientes, sempre que as circunstâncias se enquadrem>no espírito do referido Aviso.>>Por este motivo, e lamentando qualquer incómodo causado, existe a>necessidade de proceder à actualização dos seus Dados Pessoais, mediante>apresentação de um documento comprovativo da sua Actividade Profissional.>Em virtude de verificarmos que existem outros dados por actualizar,>solicitamos também que nos remeta copia certificada do seu Bilhete de>Identidade e Cartão de Contribuinte, ou apresente os mesmos num Balcão,>para que se obtenham cópias e se proceda à actualização.>>(...)>>Encontramo-nos disponíveis para prestar os esclarecimentos que considere>necessários,>>
Com os melhores cumprimentos,>>Montepio,Direcção de Marketing e Novos Canais">>

"Meus caros senhores,>>Eu não vou enviar a documentação que me pedem, pois insisto que a profissão>que exerço não lhes diz respeito.>Faço então o inverso do ónus da prova.>Mostrem-me os senhores os documentos em que se basearam para dizer que eu>sou engenheiro civil. Quem sabe, de posse deles, até me possa candidatar a>primeiro-ministro.>Se os senhores me garantem que só efectuam essas alterações de posse de>documentos oficiais, então com certeza que tiveram acesso a um certificado>de habilitações que os informou de que eu sou engenheiro civil (espero que>não sejam da Universidade Independente). Pois, peço-lhes então que me>enviem a mim uma cópia desses documentos, pois dava-me um jeitão>acrescentar às minhas habilitações as de Engenheiro Civil, que não sou nem>nunca fui.
Mas, se realmente os senhores têm documentos que o provam, é>porque deve ser verdade e eu começo a perceber como é que a situação de>engenheiro civil é, neste país, uma situação muito transitória.>>As vossas reservas tinham toda a razão de ser, se eu lhes tivesse a exigir>que me atribuíssem habilitações que eu não tenho.
Mas a situação é>perfeitamente inversa. Estão a atribuir-me um curso que eu não tenho e uma>profissão que eu não exerço. Não posso demonstrar que não sou engenheiro>civil porque não existe certificado de habilitação de não-engenheiro civil.>>Por isso, repito o direito que me assiste de corrigir dados pessoais>informatizados que estão errados. E exijo que retirem a profissão de>engenheiro civil.>>
Com os meus cumprimentos,>>José Luís M">>

"Estimado Cliente, Sr. José xxx,>>Agradecemos o seu contacto o qual mereceu a nossa especial atenção.>>Em resposta à sua mensagem, informamos que no momento em que procedeu>Abertura da conta de depósitos à ordem o registo das Habilitações>Literárias, não eram efectuadas de acordo com o Aviso 11/2005 de 13 de>Julho do Banco de Portugal, o qual é transversal a todas as Instituições e>que obriga nomeadamente aquando da actualização de dados pessoais,>apresentação de comprovativo, bem como na emissão de Meios de Pagamento que>os respectivos dados pessoais e profissionais encontrem-se devidamente>actualizados.>>Autrora [sic], as Habilitações Literárias eram inseridas de acordo com o>indicado pelo cliente, podendo, por ventura ocorrer um erro na inserção da>informação, não obstante, à presente data, para que possamos actualizar>este elemento, será necessário, apresentação do Certificado de>Habilitações, junto de um balcão ou envio de cópia certificada para a>morada Remessa Livre 25009,1144-960 Lisboa.>>Salvaguardando, desta forma, que no futuro possam estar associados>bloqueios que comprometam a realização de operações através dos canais á>distancia, nomeadamente do serviço Montepio24, ou junto das Caixas>Automáticas.>>Aguardamos a actualização deste elemento bem como dos solicitados na>mensagem anterior, encontrando-nos disponíveis para prestar os>esclarecimentos que considere necessários.>>
Com os melhores cumprimentos,>>Montepio Direcção de Marketing e Novos Canais">>

"Ou seja, segundo me estão a dizer, os senhores enganaram-se a pôr os>dados, pois eu nunca disse que era engenheiro civil. Não tinha motivos para>o fazer, pois nunca o fui e não estava a candidatar-me a um emprego como>engenheiro civil na vossa empresa quando aí abri uma conta.>>Ora, porque os senhores se enganaram, agora exigem-me um certificado de>habilitações que certifique um grau que eu não tenho. Certo? Ou seja, vou à>secretaria de uma faculdade de engenharia (penso que já não posso ir à>Independente, porque parece que vai fechar) e peço-lhes que me passem um>certificado de habilitações em como não sou engenheiro civil. Estou certo>que devem ter lá um modelo para isso: Certificado de Habilitações de>Não-Engenheiro Civil. Depois, mando-lhes uma cópia e já posso provar ao>mundo que não sou engenheiro civil. Portanto, devo concluir que, de acordo>com o vosso entendimento, qualquer cidadão que abra conta no vosso banco é>engenheiro civil até prova em contrário...>>Disse alguma coisa de errado até agora?>>
Não lhes passa pela cabeça que é um pouco kafkiano pedir a um cliente que>rectifique os vossos erros informáticos apresentando um certificado de não>habilitações que ateste que ele não é licenciado em engenharia civil?>>Fico a aguardar o prazer de mais uma das vossas respostas, pois é um ponto>alto do meu dia verificar até que ponto pode ir a rigidez burocrática de>uma instituição. Peço-lhes ainda que não levem a mal eu estar a compilar>esta nossa interessante troca de mensagens num texto humorístico que espero>vir a publicar, tal é o despropósito de toda esta situação.>>
Com os meus estimados cumprimentos,>>José Luís Mxxxxxxxx">>

"Estimado Cliente, Sr. José Luís Mxxxxxxxx,>>Agradecemos, desde já, o seu contacto.>>No seguimento da sua mensagem, vimos informar que a situação que nos>reportou foi encaminhada para o departamento competente. Após obtermos uma>resposta, procederemos de imediato ao envio de uma mensagem.>>Encontramo-nos disponíveis para prestar os esclarecimentos que considere>necessário.>>
Com os melhores cumprimentos,>>Montepio>Direcção de Marketing e Novos Canais">>>>

"Com a curiosidade que o momento requeria, fui consultar os meus dados,>para ver se já tinham sido devidamente rectificados. Deparei-me com a>seguinte pérola da titularite aguda que assola este país:>>>>>><
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsVSrx13XFKPaT_F1v1WgvXRWTV3LZRNVjSv-SA3YXGIayqwHmLjuiCUF4_3GPoaZ5kK_tuHgBnM8rSi3uvEbqwK_NGyCTOao4d4H6krcirVbq4clbI_8AUQJHFwwVjWugOz3jTA/s1600-h/eunaosouengenheiro.jpg.png

Quando consegui parar de rir, respondi com a seguinte mensagem em três>fascículos (só nos são permitidos 2000 caracteres de cada vez)>>

Estimadíssimos Senhores,>>Fiquei muito feliz por ver que, finalmente, tiveram a amabilidade de agir>sobre os meus dados pessoais.>Constato que ainda não lhes é possível usar o meu número de telefone porque>começa por 30 e isso faz muita confusão ao vosso departamento de>informática.>No entanto, folgo em constatar que não perderam o sentido de humor no que>toca aos restantes dados pessoais.>Assim, nas habilitações literárias, de licenciado fui despromovido a 12>ano. Na verdade, tenho o grau de mestrado em física tecnológica, mas como>não faço tenções de lhes apresentar provas desse facto, fico muito>satisfeito por ao menos me reconhecerem o 12º ano sem necessidade de prova>formal.>Como não penso que sejam elitistas ao ponto de me tratarem pior por ter uma>mera escolaridade obrigatória, o 12º ano fica muito bem, pois também me deu>muito trabalho a fazer e, de facto, possuo esse grau. Deixemos, portanto,>as habilitações literárias que estão muito bem assim.>

No título honorífico, puseram "sem título honorífico". Não posso deixar de>confessar que me doeu essa dura chamada à realidade. Mas, de facto, não me>considero titular de nenhum título de nobreza (tive um trisavô visconde,>mas acho que já não conta), não fui ordenado sacerdote, nunca recebi>nenhuma comenda e, à semelhança do nosso Primeiro-ministro, não estou>inscrito em nenhuma ordem, tenho de me conformar à minha condição de vulgar>plebeu sem título honorífico quando, para mais, me recuso a mostrar-lhes o>certificado de habilitações. Portanto, também aqui no título honorífico,>estamos de acordo. Sou simplesmente o José.>

Agora, na profissão... aqui temos um problema. O problema para o qual lhes>tenho vindo a chamar a atenção: o facto de eu não ser engenheiro civil,>tornou-se agora bastante mais grave. É que acusam-me de ser engenheiro>civil sem estar inscrito na ordem (caso contrário teria o título de Eng.)>e, horror dos horrores, com as habilitações literárias de um 12º ano.>(Continua).>>É que nem o nosso primeiro-ministro se atreveu a reclamar o título de eng.>civil com um simples 12º ano. Ele tem, pelo menos, o título do ISEC e, in>dubio pro reo, afirma que concluiu a licenciatura em engenharia civil.>Os senhores, ao dizerem que eu sou engenheiro civil sem estar inscrito na>Ordem dos Engenheiros (caso contrário, tinha o eng) e com um simples 12ºano>de habilitações literárias, colocam-me numa posição muito delicada,>incorrendo mesmo num crime de usurpação de título. E eu não tenho o>aparelho do maior partido político português a proteger-me as costas quando>a coisa der para o torto.>

Finalmente, chegamos ao Nome preferencial, onde contrariam disposições>anteriores e me apelidam de Eng. J. L. Mxxxxxxxx. Ora bem, até há umas>semanas atrás, eu não teria grande coisa a opôr, visto que sou licenciado>em engenharia física e todos os licenciados deste país são doutores e>engenheiros. Infelizmente, agora os tempos são outros. Só pode>reivindicar-se engenheiro quem estiver inscrito na Ordem dos Engenheiros.>Ora, para minha grande vergonha, não pago quotas a tão nobre instituição,>pelo que terei de abdicar daquelas três letrinhas. Nem sequer posso pedir>um simples "lic" ou um "mestre", porque na minha teimosia me recuso a>entregar-lhes o certificado de habilitações. Portanto, proponho que fique>simplesmente o José Luís Mxxxxxxxx ou o Zé, para os amigos.>>
Lamento o trabalho tempo e esforço que essas alterações possam causar.>Espero até não provocar um precedente grave que os obrigue a ir pedir a>todos os vossos clientes Drs. e Engs. o certificado de doutoramento ou o>cartão de membro da Ordem dos Engenheiros, respectivamente.>
Mas peço-lhes, rogo-lhes, suplico-lhes, retirem o mal-fadado "Engenheiro>Cívil" da minha ficha de dados . Nunca chamei a ninguém nenhum nome que não>fosse merecido. Esse é claramente imerecido. Prometo manter todas as minhas>contas no vosso estimável banco. Mas, por favor, não digam a ninguém que eu>sou engenheiro civil.>

Do sempre vosso,
"Zé"

terça-feira, maio 08, 2007

Mais outro Rodrigo da minha vida...

Estou tramada! Bem, penso que estará mais o Rodrigo... Eu "sou" tramada, é diferente...
Bem, andava há dias para me lembrar de uma música do Rodrigo Leão, devido a uma conversa entre cházadas e cubos de gelo. A propósito da cházada, quase parecia uma daquelas anedotas sobre vampiros em bares... :-)

"A Casa", de Rodrigo Leão, finalmente, fez-se luz. Confesso que, bastava pôr o cd a tocar... Daaaa. Linda, a música e linda com a voz da Adriana Calcanhoto. Estava a ver o vídeo, no "local do costume" e comentário de um tipo, paquistanês (claro que a nacionalidade não importa, mas resolvi enunciá-la, já irão perceber porquê):

«I love this film but what the hell is this crappy music? It doesn't fit at all with the film's magical silence. »

Mais uma vez :-), aplica-se um dos meus adquiridos ditos:

K.I.S.S - Keep It Simple Stupid ou, traduzindo do Paquistanês directamente para o Português - " Andas a snifar muitas especiarias!!!! " aka " Mete mais tabaco nisso!!!"

p.s- não quero ferir susceptibilidades. :-) Aliás, todos corremos o risco de ter um filho paquistanês e teríamos que viver com isso! Nunca digas nunca, dizem os ditados populares ou um filme do James Bond... Não seria fácil, como já deu para ver... :-) Nem para o Bond, James Bond...

Perfeito, perfeito...

é um empregado de bar tão prestável que, pedindo um chá gelado e o bar não o tendo, o empregado, todo "ágil", pega num copo de água gelada, põe lá uma saqueta e pedras de gelo e diz, todo contente: "Aqui tem. Claro que vai demorar mais um bocado (a "apurar") do que é normal."
E perfeito, perfeito, foi o meu ar, quando ele me deu o copo gelado...e terminou com aquele comentário de perito: recebi a "cházada" como estando perfeita....isto é, estupidamente gelada e sorri!

p.s - e a saqueta de chá, nem era a que eu tinha pedido. Mas, estava perfeito...tirando a água, o gelo e a saqueta, estava óptimo!

sábado, maio 05, 2007

1977

Remembering?? A short piece of my life.
77 was the year, where everything starts, stop.
I Lived on the top of the street in a building full of green,
Field? Was not that screen.
Scream? To call my best friend,
that lived on the other side,
TV off, Computers on? Bye bye –
we found outside a club, where boys can be boys,
like old times No girls at all? – All the time I was in school,
we change our friends, we change our clothes
we kiss the girls because we need to,
it’s an ego of a normal boy…
But why at that time, it was strange not to look or act like a normal guy,
songs were made to make me cry,
and we can meet The Smiths at any time of our lives,
cause songs will help you every time,
just try to wake up one day rewind,we were only 17,
and then did you wait for the lonely time just to say like a normal guy,
HI my bed its empty, you want to try? And after?
We grow as normal nature.
And we still believe that if we try
THE BAND can save your life.
Life can be such an easy thing,
just think the kid you were before - Creep was like a bomb.
Share the songs with a friend,
he will know your thoughts, he knows your songs,
he brings the light you wish, you need to,
it’s the cure to your lonely time.
As you want to, he’s a Jesus in a genius way.
You need a girl with the same light.
A lie, at that time it was just a way to put us by the same side,
we were more then 17.
At that time a lie means a sacrifice, everybody knows why, but we were only…
Again and again out of time, I know why we will say good bye,
everybody knows why and we were almost 21,
and then, older now, still you wait for a lonely time, just to say to a normal guy???
My bed still empty, please let’s try.

A música desta semana e para muitas mais... Menos 2 anos e poderia fazer desta história a minha.

The Gift, 1977 - podem ouvi-la aqui: http://www.myspace.com/thegiftpt

Estou a ter um caso...

já há muitos anos e não consigo terminar.

Com o passar do tempo, fui ficando cada vez mais envolvida. Não consigo sair. É mais forte que qualquer dependência que exista. É irresistível, charme, tem muito charme, é elegante, uma beleza incomensurável, um entoar doce, uma tristeza cativante, dá-me um gozo tremendo em momentos de profunda miséria, envolve-me nos seus braços sem eu dar por isso e magoa-me. Muito. Mas não consigo sair. Pior ainda, eu não quero sair! Não faço caso do meu caso. Se der, com ele caso... Faz-me fraquejar, penar, chorar sozinha ou no meio de uma multidão, chantageia-me, distrai-me, corrompe-me de forma violenta e agressiva e, no entanto, a obsessão, é toda minha. Posso sair a qualquer momento, penso eu, mas o mesmo dizem outros das suas dependências: é só um cigarro, só experimentei uma vez, estava bebêdo...

Mas eu, quando comecei, nem sei como dizer, estava lúcida. E agora, continuo lúcida, à minha maneira... As coisas fazem ainda mais sentido e se termino, sinto que muito irá desabar... É fácil falar das dependências dos outros...

E não me ofereçam ajuda! Não se atrevam! Uma sessão de intervenção?! O 25 de Abril já foi, idiotas! Eu sabia que não devia ter contado nada! Não confio em ninguém...
Bem, tenho um confidente. Mas lavar a minha alma, entregar o meu corpo ao objecto dos meus pecados... Dúbio, não? Mas só assim encontro forças para continuar e amar outras pessoas, ou para ter outros "casos". Preciso do caso para os outros casos... Chega a ser incestuoso. Já não sei quem é quem, quem é que começou o quê, quem é que não quer terminar o quê. Porra! Consome-me a alma! Que escandaloso... Biltre

E hoje, fez-me chorar. Pois descobri que afinal...esperem...o meu caso envolveu-me com inúmeros sujeitos. Já tinha reparado que algo não batia certo. E hoje, 4 de Maio, conheci mais 4:

Lista de Culpados Recentemente "Re-Acquainted with a delightful grief":
  1. Olivier Messiaen - Les offrandes oubliées
  2. Dmitri Chostakovitch - Concerto para Violoncelo e Orquestra nº1 em Mi bemol maior,op. 107
  3. Sergei Prokovief - Romeu e Julieta (excertos das Suites I e II)
  4. Maurice Ravel - La valse

Lista dos Cúmplices de Hoje

  1. Orquestra Gulbenkian
  2. Jean-Claude Casadesus - Maestro (deve ser o chefe desta seita!)
  3. Anne Gastinel - Violoncelo - (Meretriz! Alcoviteira! Tramaste-me!)

Local do Crime e descrição

  1. Auditório Gulbenkian (Sede ou filial desta seita!)
  2. O meu corpo (objecto de corte, de namoro, de luxúria, de querelas... Que ingénua, Nina)

Nenhum deles está vivo, excepto os cúmplices... Tell me something new... e quando voltei à sede da Seita, estava tudo vazio. Cadeiras arrumadas convenientemente, meia dúzia de pessoas bem vestidas e palradoras e com termos caros... Quando perguntei pelos outros? Disseram-me que não estava lá ninguém. Deveria ser engano... Raios! Estão bem organizados...

Mas eu, senti um arrepio na espinha e juro que ainda conseguia ouvir os gemidos por mim emitidos... E senti-me mal. Pois não soavam a medo, mas sim a uma alegria excruciante. Estarei a ficar louca? Não há cura para isto? Estou a ressacar...tenho frio. Aí vem mais um arrepio. E provas disto? E a quem faço queixa? Não há maneira de escapar. Não tarda, encontro-me lá outra vez... Sou fraca...

"I cried, I cried, tears of joy, tears of pain... I cry, again and again"

quinta-feira, maio 03, 2007

Birthday by the Beatles

Encontrei um tipo na Fnac do Chiado,que tem uma banda nova e pediu-me para divulgar esta canção deles. E pensei, why not? Até conheço uma Gaija que faz anos hoje! E ele disse? Gaija?! E respondi eu, Babe, meu! Babe! Lá se fez luz na cabeça do tipo! Tinha cá um ar de geek! Corte à tigela!Conheço com cada parolo! Gaija! Curte!