quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Frases (per)feitas

Dependendo da situação, há frases que são perfeitas para o momento, outras, depende da interpretação dada. E do estado de espírito.

Há dias, uma queridíssima disse-me: "Como se costuma dizer, fecham-te uma porta e quanto antes abre-se uma janela." Na altura, lembro-me de ter pensado: "Ya, abre-se uma janela e um tipo atira-se dela abaixo..." E ri-me, sozinha.

Tão depressa se faz claro, como escuro. Tenho algumas vertigens, depende da situação: normalmente, acontece se estiver num andar mesmo muito alto e sem grande protecção, numa varanda pequena ou se estiver numa plataforma elevada, com um soalho ou chão gradeado ou escadas com intervalos entre os degraus, ou seja, em dá para ver tudo o que vai por aí abaixo. Por isso, em vez das janelas, vou abrindo pequenas casinhas, como os calendários de Natal, que têm os dias todos, e com janelas e levantando a "persiana", encontramos algo agradável.

Então, tenho andado a abrir pequenas janelinhas ou casinhas, permitindo a entrada de ar fresco. Talvez mais tarde, poderei falar dos "prémios" que estão nas casinhas. Uma das últimas que abri, foi: tive um dia que acabou bastante mal, saí de uma esquadra às 3h da manhã e estava em baixo. Tinha sido convidada para uma festa num teatro, nessa noite, ia ter com uns amigos e disse-lhes que não ia, pois apesar da vontade, não iria dar. No entanto, já quase à porta de casa, pensei: "vai, porra!. Contraria-te e se estás em baixo vai espairecer." E dei meia-volta e o meu Manso, levou-me à festa e voltou para casa (pois apesar de sexta-feira, ele trabalhava na manhã seguinte. Um queridíssimo). Fui e diverti-me imenso! Aos poucos e poucos, fui soltando a tensão e dancei até me sentir vazia dos acontecimentos daquela noite.

E para fazer isso, acreditem ou não, pensem na série Ally Mcbeal, em que no matter what, acaba tudo a dançar e a cantar. Shallow, mas resulta. Não podemos ser bem comportados e sérios sempre. Tenho 31 anos, anda na onda dos tótós e meias altas às cores e sinto-me tão bem! Não consigo imaginar-me, com falta de coragem e vergonha para usar tótós. Por isso, sim, sou uma tótó e com muito gosto! Agora, a tótó vai dormir! :-) Hoje bebi um Martini e um Mojito! Acho que vou dormir muito bem! Arrrrrriba!

domingo, fevereiro 25, 2007

(re)Flexões Banais

Não seria de esperar que a idade dos porquê's terminasse quando pequenos? Mas não. Porquê? Aparentemente, somos "grandes", crescemos pelo menos, alguns de nós, em termos de altura, continuamos pequenos, mas é suposto termos um "self" maior e melhor. Não, isso já seria pedir de mais. Ok, mas pelo menos um "self", ainda que cheio de defeitos e vazios. Porém, pelo menos algo de positivo. Não de diferente. Há coisas que fazia quando era pequena, quando era "teenager" e continuá-las-ei a fazer até que a vida mo permita. E há coisas que faço hoje que não fazia quando era pequena, que preencheram, sem dúvida, alguns vazios e buracos, no meu caso, bem negros, da minha vida... Naughty me! :-)

Adoro andar, adoro correr, adoro correr e andar em jardins, adoro desporto, adoro a competição desportiva saudável, adoro jogos de equipa, adoro desafiar o meu corpo, o "génio", adoro cantar, sempre gostei, adoro dançar, cozinhar, escrever, adoro saber que penso por mim, para mim e nos outros e que, quase, quase sempre, digo aquilo que penso. O que me traz, muitas vezes, "bués" mesmo, dissabores. Mas também, adoro andar contra a corrente, contra a maré. Lembro-me que, por volta dos 9, 10 anos, dizia uma amiga/colega/e colega de coro (passávamos muito tempo juntas) - "Tu és muito crítica!". Era? Bem, se era, continuo a ser. Já na altura, tanto eu como esta rapariga, manifestávamos, pontos de vista, posso dizer, intenções políticas diferentes e visões sociais bem distantes umas das outras. O tempo passou e duas décadas depois, tenho outros amigos, amigas, conhecidos, conhecidas, com quem se passa o mesmo. Sou é que estou mal, tenho um problema, uma doença? Não sei... Mas eis os sintomas:

  1. Eu digo A e dependendo da situação e envolvidos, raramente ouço outro A.
  2. Como o meu A está isolado, claramente a resposta dos B's, verbal e corporal é a de "união", ainda que forjada a ferros no momento, de visionários, também auto-conhecidos como grandes historicistas e de "transferência", "projecção" - o meu convicto A é uma ameça para a "cu-esão", pois não consigo acompanhar a sua evolução.
  3. A contra B's, mas parece que o meu A é tão despropositado, inconveniente, ridículo, que os seus décibeis rasgam os ouvidos dos "B's" e torna-se imperativo, silenciar-me. O que é complicado... Pois os B's, por norma, são pessoas educadas, formadas, instruídas, que falam calmamente, tentam manter o "nível" da conversa e apesar da certeza dogmática que dominam como leais dominados, aliás, iluminados... E educadores, necessitam de fazer desenhos, esboços, mapas, mapas mentais, in a nutt shell, das suas MWD - Massive Weapons of Disillusion, também conhecidas como: o que se diz e que faz todo o sentido, o que ouvi e que me soou a óbvio, logo evidente para todos nós, o que vi na TV, o que li no Jornal, o que nos diz História e o que nos mostram os estudos (seleccionados, claro), ou "li isto na porta de uma casa-de-banho de um café e pareceu-me bem".

Bem, como nem sempre sei ser breve, ainda que muitos gostassem que o fosse, mas não sei para quê - lê quem quer, comenta quem "de facto" lê e se identifica ou tem algum interesse, seja este A ou B, comentam também, por vezes, alguns "educadores" ou "historicistas", quando acham que mereço uma nota positiva... quando estou simplesmente a pensar alto. Alto! Algo aqui não está bem... Não quero parecer educadora, historicista, ou outra coisa qualquer. Se o pareço, olha, tenho andado a falhar. Mas, isso não me interessa. Porque significa que tenho andado a pensar e não tenho medo se "errar" quanto aos meus juízos, críticas, opiniões, certezas e incertezas e dúvidas claro. Muita filosofia nesta cabeça, muita dúvida Catersiana e muito Maquiavel, entre outros. Muita procura da essência humana, da minha essência humana. Procura ingrata, pois posso encontrar tudo, menos o que tanto sonhei, imaginem como sendo o ideal da essência humana. Por isso, sintomas: alienação, alheamento, distúrbios de personalidade, narcisismo, projecção, transferência e, sublimação. E alterar resultados: 2+2=-5

A doença? Ainda está em estudo, mas, pelo o que parece, apesar do meu alheamento, há muitos mais casos por aí. Os sintomas variam, mas há um em comum: cogito ergo sum. Tradução dos doentes: Penso, logo insisto... - arrogantes! :-)

Tratamentos em fase experimental - vendas para os olhos, açaimes, lavagem cerebral, choques eléctricos, muita leitura light, a leitura habitual dos mesmos jornais, de preferência, semanários, muito teatro e muito cinema, algum de época ou a preto e branco, alguns filmes comerciais, programas regulares e de preferência diários, audição de um, máximo dois estilos de música, manual de instruções sobre conversas a ter, com temas e guiões específicos, quatro, não mais, peças de roupa que se enquadrem na "manta de retalhos" chamada sociedade, duas ou três filosofias de vida, todas para serem usadas a partir dos 28 anos. Antes disso, recomenda-se qualquer coisa ligth ou que esteja na moda - ou seja, com curto prazo de validade.

Que tratamentos experimentei? As filosofias de vida...mas, claro, acrescentei mais umas três ou quatro e comecei cedo. Aos 6? Em certos casos, a doença, aliás, os sintomas, revelam-se muito cedo. Talvez se andássemos com um "boletim de saúde", com o nosso historial, seria mais fácil para todos escolherem as pessoas compatíveis para incluir na sua vida. Mas o contrário vejo e muito - "grelhas" ou "checklists" com os requisitos para eventuais casos compatíveis. Mas falta sempre qualquer coisa, nas checklists... por isso é que entrei na vida de algumas pessoas e estas têm alguma dificuldade em retirarem-me das suas "so called" vidas. Há esperança, contudo. Já está mais do que provado que o tempo trata disso! Sorte, já viram?

Tratamentos que vou continuar a experimentar, porque sei que resultam: sair de cena. Não aturo fretes e nem quero ser um frete para ninguém. Já descartei algumas pessoas: por incrível que pareça, resultou excepcionalmente com a família. Com os amigos, conhecidos, amigavelmente confusos, etc, ainda faltam alguns. Será o tal tempo, o percurso inevitável da vida... já ouço a frase: "telefona um dia, para tomarmos um café." Espero que seja a sim, ou então, lá vem a sublimação e os danos colaterais serão reais, feios, mas desejáveis. Morte súbita. Ninguém percebe o que se passou e eu, as usual, passo por louca. Aliás, esquizofrénica. Há algo que me atrai neste termo. O quê? Porquê? Quem são vocês?

«You talkin' to me? You talkin' to me? You talkin' to me? Then who the hell else are you talking... you talking to me? Well I'm the only one here. Who the fuck do you think you're talking to? Oh yeah? OK.»

Só sei que, pegar no que nos ensinaram na escola, em casa, nos manuais de história, para justificar os dias de hoje, não é suficiente. Falem "com quem de direito" e ouçam as repercussões da história a falar, antevejam o indíce dos futuros manuais, pensem bem se afinal aprenderam alguma coisa na história, saiam dos vossos corpos e das vossas mentes brilhantes, por breves instantes. Façam uma "viagem", sintam-se presos na história, vejam a origem das vossas leis e vivam um momento, só um, no meio da selva. E tentem fazer com que as vossas leis funcionem, com que a realidade coincida com a "verdade" dos manuais e sintam se somos mesmo todos iguais? E se não o somos, iguais, é por causa de quem? Por nossa causa, deles, de Deus, ou, para varia, Ele não tem nada haver com aquilo, com isto? Sintam-se oprimidos, pressionados, encurralados, sem saída, sem desejos, sem motivação, percam a vossa dignidade. Mas por vontade alheia. Porque, ao terminar a "viagem", podem concluir, que se sentem perdidos num deserto, ou em areias movediças, se passados uns segundos, ainda se sentem aprisionados, que andaram à tareia, é por vossa culpa e com a vossa permissão.

Vivemos condicionados, mas vivemos com o mínimo de condições para tornar a nossa vida, nossa. Mais única e genuína. E se isso não acontece, não foi por vontade da história, ou porque dessa maneira faz mais sentido, ainda que a vossa pareça diferente e distante da dos outros. Os extremos tocam-se. No meio, não está a virtude, estamos nós, as pessoas. A virtude, está dentro de nós. E é nosso dever "conservá-la", usufruindo da sua energia, partilhando-a com Outros, com O grande, que nem sempre se encaixam nas checklists. Mas partilhar só porque é correcto, é um feio engano. É ilusão, é magia da má. Ser altruísta, amante das pessoas, dos animais, da natureza no geral, para compensar ou substituir vazios, falhas, com as quais negamos lidar, é adiar o inevitável:

o Dia em que, por mais bem que pensámos ter feito, continuar a não compensar o mal que nos fazem ou que a nós próprios fazemos.

Se não nos amamos, aceitamo-nos como somos, lidamos com a visão dos outros sobre nós, lidamos com a nossa visão sobre os outros e não a ocultamos, se não nos sentirmos respeitados por quem interessa, por quem está ao nosso lado, se não respeitamos quem está ao nosso lado, se amamos ou temos por missão amar quem está ao nosso lado, quando nós ou o outro, só está lá, por mero acaso, isto é, por teimosia nossa, por medo da solidão, por conveniência, se continuarem a ser duas ou mais pessoas a "dividir" um espaço, se sentirmos a nossa vida cuidadosamente tecida como uma teia de aranha, mas que, no entanto, vem o vento e a arrepanha, transformando tudo em pó, mas como a aranha, começamos tudo de novo, mas sem a sagacidade da aranha,pois usamos o mesmo economizar sórdido, de restos, migalhas, traços vestigiais baços de breves e leves, muito leves, momentos de "alacridade", falácia por nós engendrada...

Lembro-me de uma vez, na faculdade, na discussão de um trabalho individual, já não sei qual o tema, pus em causa a história ensinada na escola, o seu valor, a sua "autoridade", quais os seus limites e que limites impunha. A professora, educadora, Doutora, prontamente perguntou:

- Então, quer dizer que você não aprendeu nada na escola, em História?!! - com um ar indignado

Eu estive para responder:

- Desculpe, Patroa. Claro que aprendi. E agradeço muito, principalmente à Patroa e a todos os brancos do mundo. Como disse um "amigo" meu, "se não fôssemos nós, vocês ainda não sabiam comer de garfo e faca!!". Por isso, desculpe, mais uma vez. Ando muito cansada, sabe? E às vezes não ouço bem, fico confusa e ponho-me a pensar. Não tem uns manuais que me empreste, para eu aprender melhor a lição?

Diria ela:

- Não, deixe estar. Desta vez, passa. Os manuais com vocês numa resultaram. Já os trabalhos manuais... Corra, é isso, vá correr. Isso de certeza você sabe fazer, não? Afinal, é inato! Está muito sol, mas você não precisa de protector. Vá, aproveite. Já viu a sorte que tem? Nem se queima? Vá, juízo e ponha-se no seu lugar, aliás, ponha a cabeça no lugar! A cabeça!

Aprendi muita coisa na faculdade. Também lá aprendi que "dar os votos aos pretos não valia a pena. Eles acabam sempre a lutar!" Pois... Já os portugueses, de 1ª, não. Esses votam e muito.

Bem, esta treta toda despejei, por mais uma conversa banal, cá em casa.

Tema - striptease. Minha visão distorcida - as mulheres QUEREM ver homens nus, sem ornatos, num strip. Sim, a sexualidade dos homens é diferente das mulheres, mas a sexualidade é algo comum aos dois. Se está à vista, se eles pensam em sexo a cada 5 minutos e as mulheres só aos 10 minutos, não interessa. Sexo é sexo e maldito o dia em que fique tão cegueta que não consiga galar os seus rabiosques! Mulher que esteja viva, gosta de ver homens e olhar para eles e vê-los nus, é bom. Nem que seja para gozá-los. Claro que não há regra sem excepção - se uma mulher não conseguir mostrar o seu corpo às claras ao seu companheiro/a e/ou vice-versa, acredito que não queira ver um homem comum. Se é suposto ser algo que as mulheres só pensam para si e não dizem a ninguém, mesmo às seus pares, é porque foram educadas assim, maltratadas e levadas a pensar assim, ou porque, por mais independentes e para à frente que julguem ser, continuam a ser donas de casa e assumem-se "como pecadoras", como está escrito num livro qualquer cheio de pó, escrito pela mão de um homem, como outro qualquer.

Outra visão distorcida minha - Se no striptease (bares que todos conhecem e que são socialmente aceites), as mulheres não podem ser tocadas, excepto em determinados serviços, não é porque "exigiram" no seu "contrato" que não queriam. Talvez seja o oposto, os seus "donos" ou entidades empregadoras, é que não QUEREM que estas sejam tocadas. Porquê? Contava por vivências com várias prostitutas e travestis, mas seria arrogante, claro. Não é por vocês não terem tido contacto com este mundo, que não sabem como funciona. Guys, há coisas pelas quais não vale a pena competir e uma delas, é esta - convivência de perto com o mundo da prostituição que, by the way, engloba outros mundos. Ter tido em tempos uma cunhada prostituta, não é algo invejável. Acho eu... A minha vida é recheada de coisas "diversas", mas não tentem competir com ela. Não é minha intenção ser a maior, a melhor ou a sabichona. E, continuo a preferir a minha vida, traga o futuro o que trouxer. E como dizia alguém - "try walking in my shoes"

E, por último, as mulheres portuguesas não estão muito mais avançadas do que as do tempo das suas mães ou avós . LOL. Muitas das nossas mães e avós, fizeram coisas impensáveis para uma mulher, que hoje em dia, muitas de nós não fazem. Muitas das mulheres de hoje, continuam a achar que o seu lugar é na cozinha, é tratar dos filhos, do marido (talvez do amante), com algumas inovações - têm que fazer carreira ao mesmo tempo e estar lindas! Aliás, boas! Por isso, se és solteira ou casada, vai a um ginásio, se não, és considerada desleixada... Sua gorda! Sebosa! Ele trabalha tanto e tu, com esse aspecto! E se ele só te dá atenção de vez em quando, não é por mal. Não sabe a tua data de aniversário, quase nunca te dá nada?! Os homens têm mais dificuldades em mostrar as suas emoções. E são ocupados, já disse. A tua Mãe também passou o mesmo com o teu Pai e ainda estão juntos. Qual é que é o teu problema? E terás sempre os teus filhos, ainda que estes te enlouqueçam e dêem uma trabalheira dos diabos! Está escrito e ninguém contesta isso - a Mãe fica sempre com os filhos! Ainda que sejam 3 e ela não tenha 4 mãos... É a evolução natural das "coisas" e do "coisar". Mãe é Mãe, seja lá o que for isso de ser Mãe, sendo que uma Mãe solteira não pode adoptar uma criança. Interessante...


Travis Bickle: I would say he has quite a few problems. His energy seems to go in the wrong places. When I walked in and I saw you two sitting there, I could just tell by the way you were both relating that there was no connection whatsoever. And I felt when I walked in that there was something between us. There was an impulse that we were both following. So that gave me the right to come in and talk to you. Otherwise I never would have felt that I had the right to talk to you or say anything to you. I never would have had the courage to talk to you. And with him I felt there was nothing and I could sense it. When I walked in, I knew I was right. Did you feel that way?

Betsy: I wouldn't be here if I didn't.

Taxi Driver, 1976

Mudou assim tanto, o mundo?

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

E por falar em fichas técnicas...

Vi o "Volver", do "maestro"Almodovar, ontem, pois vejo os filmes sempre muito depois de já terem saído do cinema. O que não faz mal. Posso estar no meu sofá, com os gatos, com um bule de chá, posso chorar se me apetecer, rir alto e em bom som e fazer pausa para ir ao water closet. Para mim, este cineasta é um génio que me apraz, é os “AIR” da música, o Rufus Wainwright, o Tom Yorke, a Tori Amos, o Mozart, o Bach, o Monteverdi, o Handel, o Seinfeld da comédia, os Monty Pythons, o Black Adder, tudo pequenos génios que a mim, nunca me desiludiram. E lembremo-nos, ninguém é perfeito. Por isso, Beck, volta, serás sempre perdoado.

A história é sempre a mesma, igual à dos outros filmes. O que é óptimo! Há sempre um “volver” que me agrada, sacode, nunca me tira da realidade e isso dá-me segurança. Porque durante os seus filmes viajo, sem cinto de segurança, mas acabo sempre bem: a ver a ficha técnica e mortinha para comprar a banda sonora. É um dos realizadores que não quero que me surpreenda, percebem? É como pedir um Martini Bianco e este passar a vir com um tremoço espetado num palito, em vez de uma azeitona. “C’um caroço”, diria eu.

Ouvir a música “Volver” de Carlos Gardel, para variar, remexeu com as minhas entranhas e derramou lágrimas que acariciaram a minha face.E não sei, mas quando vistos de dia e em casa, certos filmes, tornam-se mais fortes. E o seu estilo, é cru, real, cinza escuro, mais grotesco e não tanto cómico. É tão fácil confundir o grotesco com o cómico. Não me considero grotesca, nem cómica, estou in between. Mas necessito dos dois lados. Necessito do sarcasmo, da ironia para aceitar algumas coisas como elas são e necessito do cómico para, ao mesmo tempo, conseguir trazer alguma alegria à minha vida. É uma questão de equilibrio, de encontrar a medida justa. E aprendo sempre “algo más” sobre a vida, no geral, sobre as pessoas e sobre mim.
Pela 1ª vez pensei – “ a Penélope Cruz é linda”. E o Tom Cruise para continuar com ela, teria que ser um misto do seu personagem em “Danos colaterais” , “Magnolia" e "Entrevista com o Vampiro". Mistura estranha? Não sei. Mas acho que desse mix, sairia algo de jeito. Agora, com a sua cena de “Top Gun” e “Rain Man”...Naaaaaa. Nem com uma pitada de Vanilla Sky.

Já agora, vejam o filme “Animal”, só para ver o desempenho do Diogo Infante. Dá-nos só uma pitada do quão longe ele ainda irá, mas aguça-nos o espírito. Ainda que faça de mauzão... Afinal, elas gostam é dos maus rapazes, não é?

Estou a “curtir” Gorillaz, Demon Days – vou na música 5 e 6 (ando para trás e para à frente...). Sinto-me bem e como diria o Dirty Harry (nome da 5 e de... bem, vocês sabem) – "You've got to ask yourself one question: 'Do I feel lucky?' Well, do ya punk?" – Sim, sinto-me bem!!! – Daí a sequência da música 6.

Hasta la vista, baby!

Conversas banais que nos definem em traços gerais

Num almoço prazenteiro, algo essencial na minha vida, quase todas as conversas são banais. Mas no meio dessas conversas banais, surgem das coisas mais interessantes, mais irritantes, mais estimulantes mas, acima de tudo, permitem que nos conheçamos e avaliemos os nossos pares, sem que, por isso, deixemos de gostar mais ou menos deles. Quando alguém entra na nossa vida, normalmente, traz a sua bagagem, toda, e não queremos mais vir a descobrir uma necessaire, ou caixinha de jóias, com um diamante em bruto por explorar ou uma data de traças que nos levam automaticamente a sacar do insecticida.

Passámos por vários assuntos: desde as minhas conversas intermináveis de aventuras com vizinhos, às questões, no meu entender, ainda Tabu para muita gente, à evolução do mundo, da posição da mulher neste mundo, na existência de machismo ou não, em certas áreas interessantes – striptease... – a fichas técnicas de filmes (no cinema, ficar ou não até ao fim das ditas fichas).

Eu fico até ao fim dos filmes, normalmente, nos de desenhos animados para crianças – gosto de saber quem faz as vozes na versão portuguesa e nos outros, quando a música ou fotografia, ou outra coisa me agrada, não saio sem saber quem fez o quê. O que é giro. Pois quando vemos outros filmes, conseguimos reconhecer se os nossos preferidos fizeram ou não, a banda sonora, por exemplo. Sei que adorei o Gladiador pela banda sonora e já sei quando uma banda sonora é feita ou pelo Hans Zimmer ou pela Lisa Gerrard. Também gostei da voz do Russel...Um extra, vá.

Mas é giro, pois no almoço, a dada altura, há uma conversa do género (já não me lembro bem das palavras, mas girava à volta da parvoíce ou não de ver as fichas técnicas...)

- E conheces o “não-sei-quantos”?!
- Sim, claro. Ele fez isto e aquilo!
- Olha, ele entra no filme X.
- Ai é? Não sabia!
- Pois... Sabes como é que eu sei?
- Não.
- Fiquei a ver a ficha técnica...

(Touché, en garde e merci, como diz o meu sobrinho de 10 anos, sabe-se lá porquê!)

Adoro fichas técnicas e foi fixe-a-técnica usada pela pessoa, para marcar o ponto. É advogada e pelo pouco que “ouvi”, das boas, não? Assim do nada e com calma, enrolou-o mais rápido que um crepe chinês! Imaginei em vez de pequeninas gotas de suor no rosto do enrolado, umas gotas de molho de soja, light, claro, a escorrer-lhe pela testa! É divertido, passarem-se essas palermices pela nossa cabeça! O.K, na minha...

Trivialidades

Uma banana partida ao meio,uma cereja cristalizada, chantilly, gelado, chocolate derretido, com mais ingredientes adicionais, consoante quem faz e servido num prato em forma de barco. Trivial ou essencial?

Conhecido como Banana Split e criado em 1904 nos E.U.A, num concurso num restaurante, para criar um novo tipo de gelado sobremesa para entreter estudantes e não só, num dia de Inverno. Com a falta de criatividade dos seus empregados, o dono, David Strickler, pega numa banana, parte ao meio, atira-a para um prato em forma de barco e começa a criar a sua sobremesa.

Para mim, num dia em que precise de algo mais, de um je ne sais quoi, um Banana Split marca a diferença...

Já agora, The Banana Splits, série para crianças da Hanna-Barbera Productions, criada no fim dos anos 70 e patrocinada pela Kellogs... Trivial!

Um par de sapatos pretos, uma saia castanha, uma camisa lilás, um casaco vermelho e o verniz azul das unhas a sair. Penteado – cabelo apanhado em forma de rabo de cavalo.
Trivial ou essencial?

Conhecido como – Bad hair day, este conjunto de itens, conjugados, pode arruinar um dia de alguém ou não. A minha? Poderia arruinar. Se saísse de casa a pensar que não era bem isto que eu queria, depois de despejar o armário todo, quando estivesse na rua, iria procurar uma loja que gostasse e compraria roupa nova para vestir na altura, na loja... "Não é preciso saco. É para vestir já!"
Trivial ou essencial?

Essencial! Para mim... Sentir-me-ia nua e rabugenta (imaginem uma velha rabugenta nua...) e o sucesso do meu dia, iria depender do tentar pôr a cereja no topo estilo Banana Split, em mim, mas sem os cremes e sem a banana. Se não conseguisse, teria que voltar para casa quanto antes e sentir-me-ia como um dos personagens dos The Banana Splits até lá...uma ursa, talvez?

E por falar em banalidades, tirando aqueles que não gostam de banana, já viram como desde pequenos até mirradinhos, passamos a vida a levar com as bananas? Uma banana, para aumentar a memória?! Que tal uma mnemónica ou uns post-it’s espalhados pela casa toda? Sempre causam menos prisão de ventre que as bananas, engordam menos e é difícil ver um filme, em que alguém escorregue num post-it...Daaaaaa. Ou para os ecologistas, a banana é mais natural e não estraga o ambiente?! (note to self – afixar post-it no pc a relembrar que já não há bananas cá em casa). Trivial, sem dúvida!


E o que é feito das Bananarama?! Quero lá saber!

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Já que aí vem o Carnaval...

pelo menos um gostinho daqueles ares, mas calmo. Desde criança que ouço Chico Buarque e que se pudesse, guardava cá em casa, não num canto, mas no meu quarto, cantando para mim todas as manhãs, para me acordar. Um bocado egoísta, eu sei. Felizmente não é possível este meu devaneio, porque há coisas que não têm "dono", que não se deixam agarrar, mas aprisionam os nossos corações.

Ainda não sei pôr ficheiros de música, mas tenho a certeza que quem gosta dele, terá música sua, em cd ou no seu coração. Esta letra e música, é linda... Hoje é o dia do Chico, Buarque, para não haver trocadilhos!


O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes

Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me deixar maluca quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz


p.s - Não precisas de dizer nada. Eu sei. Eu também te amo.

Rodrigo e suas muchachas!

Para o dia 14, o Rodmanso tinha escolhido um restaurante, perto da UAL, que vira no roteiro do Concurso Gastronómico 2006 - Lisboa à Prova e quando iamos para lá, avistámos uma gaja toda boa, ali na zona do Conde Redondo, sozinha! E não é que a cara da gaja era familiar?! Também ia jantar lá perto, na Rua de Santa Marta, numa das opções que o Rodmanso também tinha pensado. Juntámos o fútil ao extremamente agradável e fomos mais essa gaja e outra gaja, jantar. Somos um casal muito moderno, os 4! E depois, passeámos um bocadito, uns copitos e umas águas e foi divertido! E no fim, terminámos em casa de quem? Pois... queriam saber. Se quiserem saber, juntem-se a nós para o próximo ano... :-)

Já agora, as gajas eram a Inês e a Ana Catarina. Gajas com muita pedalada. Categoria, pá!

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

A conspiração deste Dia de São Valentim!

Primeiro, alguns dados. Aliás, primeiro, bom dia... Ando um pouco mal educada. Preciso de alguma porradinha... E por falar em porrada, deve ter sido essa a ideia base da conspiração. Esperem... Escutem...Leiam...Apalpem - estou a tentar não esquecer ninguém - oops, Cheirem!

Aqui segue:

Dados:

  1. nome da conspiração - Teoria da Conspiração (os conspiradores não foram nada criativos!)
  2. Conspiradores - Rodrigo Manso, a.k.a RodManso, a.ka. Morzinho, a.k.a - espero-que-me-dês-algo-muito-especial-e-caro-hoje-ou-passas-a-ex-marido-mas-continuas-a-pagar-contas-cá-de-casa! (sim, foste apanhado!!!! Gotcha, Porco Sujo)
  3. nome da operação - " São Valentim leva esta gaja que está a dar cabo de mim!"
  4. sponsor - TV Cabo, Técnico da TV Cabo, Power Box(e), Carteiro e os meus queridos vizinhos - até eles entraram!! O que quer dizer que não me curtes mesmo, P.S(pinto sarnento)
  5. custo da operação - entre 5 e 25 euros? Patético!!!!
  6. resultados esperados - Calma! Esperem pelo ponto seguinte! Porra, também vocês?!!!
  7. resultados alcançados - a minha "quase" eliminação da face da terra ou pelo menos do "granda" jantar de hoje, mais prenda cara e sexo masoquista inevitável (já comecei a recolher o rolo da massa, o picador de gelo, ralador de queijo... e adivinha quem é que vai ser o Chef? EU!)
  8. Sigo para a descrição e deixo os bullets, "tão mi irritando!!!!"

Não é que o boiola do meu ex-qualquer coisa ou ex/eis-que-nunca-te-livrarás-de-mim, engendrou um plano para despachar-me, HOJE, S.Valentim, ou se desse para sempre?! (com um orçamento daquele tamanho, ias longe, ias!) O problema é que eu não fui, de facto, muito longe... o orçamento deu direito a bónus e o gajo ainda se riu um pouco ao telefone. Fingindo-se de inocente! E reconheço, o P.S(pé sujo), foi criativo.

The Plot - Há dois dias ou algo do género, P.S(prepara-te sofrerás), mostrou-se muito generoso e querido e, resolveu comprar ou pedir uma power box(e). Eu pensei, "olha, deve estar mas é bêbado! Vou aceitar!!!" Tudo bem organizado... dou pela compra, porque o vejo ao telefone a dar os meus dados e a pedir o meu número de b.i, nif, etc... (espero que não estivesse a encomendar o serviço seguinte...) Se sim, a 2ª encomenda, se vires isto (mas algo me diz que vais precisar de umas lunettes novas, P.S(pústula sanguessuga), quero algo moderno e um pouco retro, com uns toques de rosa chock e azul bébé! E quero ir de vermelho, de vestido, claro, os meus cd's e livros e com todos os meus relógios, incluindo OS que me vais dar hoje!!! Porquê?!

"Atão", não é que o P.S(piolho sortudo), marca a instalação da power box(e) para hoje de manhã, 9.30 e deixa-me TRANCADA no quarto?!!!! O conspirador 2, o técnico feio, com penteado à Chalana, mas sem moustache, um pouco stinky, começa a tocar a porta, eu salto da cama (estava a sonhar mas é era saltar para um técnico musculado e jeitoso!!!) e a porta do quarto NÃO ABRE?! E o "stinky" (que até foi simpático e deixou o seu nº de telemóvel, atrapalhado porque QUASE, QUASE resultou e ele não iria receber o prometido (um frasco de gel, um desodorizante do DIA, que só se pode usar à noite, por isso o seu "aroma" corporal e uma caneca na Portugália... ou uma noite nos Alunos de Apolo!!!!).

Continuando... o stinky, toca e toca e toca e a Nina a pensar - estou lixada! E pensei: pensa Nina. Grande plano... Bem e sem pensar, toca a abrir a porta que dá do quarto para a sala e saltar por cima do piano... Dá para imaginar o filme? Bem... Até me doeu o coração... Peguei na minha colecção inteira de Bach (estou com náuseas...), e no chão, usei-a como pequeno degrau (João Sebastião, perdoa-me) e, literalmente, cavalguei por cima do piano!!!!! Partituras no ar, um gato assustado e uma gaja estendida no chão, com um caixote de areia de gato a servir de "fait divers" ou engodo, sei lá... de amor-tece-dor. O que é que o caixote estava lá a fazer? don't ask... Quando lá me consegui levantar, abri a porta aos conspiradores contratados, um já conhecem, faltava o carteiro - que, curiosamente, vinha entregar algo mesmo na porta ao lado...cujos residentes me adoram... A Nina, que sou eu :-), abre a porta cá em cima, toda suja, estremunhada e com ar de louca! Falo da minha queda, e o Stinky diz: "mas não ouvimos nada...". Vou dar tantos toques para o número dele!!! Vais ver, ó Chalana! E o carteiro, só olhava... Nunca mais lhe abro a porta a cheirar bem. Vou comprar um perfume tão mau, tão mau, que ele irá ficar com enxaquecas, sempre que tiver entregas para mim.

Resultado, o tipo entra, vê a casa, a areia (não sente o cheiro a praia....mas cada um com a sua pancada), papéis e papéis no chão, um gato preto, e uma gata furiosa, também preta! E eu, a limpar a porcaria toda e ele a perguntar se eu estava bem. E que eu tinha o braço sujo, se nºao estava magoada. E eu só a dizer: não se preocupe, monte (a box, claro! AI), que eu apesar de não estar a olhar para si...(porque seria), estou a escutá-lo (sempre a tentar ser assertiva, mesmo quando surgida tal e qual ou quase tal e qual Fénix, das cinzas, no meu caso, do caixote do gato!!!) E no fim, ainda disse o Stinky: " Bem, esta nunca me tinha acontecido..." (daaaaa, a mim também não. Não é o meu passatempo preferido). Acrescenta ainda, "também isto não é o nosso ganha-pão." Como quem diz, podia ter ficado para outra altura, não era preciso tanto." Claro que sim, com o ar dele!!!!!!!!! E aquele penteado... é que era já a seguir!

Quem é que se lembra de deixar uma pessoa trancada no quarto? Ninguém, excepto um P.S( psicopata seboso), com quem me casei. Bolas... Tenho que admitir que o plano do gajo, QUASE, quase resultou. Mas só o pisar o "meu" Bach", "atropelar" o meu piano (diria mais que foi ao contrário, mas sou eu quem está a contar a história!), espalhar e misturar todas as partituras... (alguém tem um lenço? sniff) e o aterrar na areia...do caixote do gato... God, nunca me senti tão viva... E dormente!!!! E suja!

Bem e assim quase terminou o meu dia. Vou já tratar de marcar um restaurante bem caro e ir aos correios ou algo do género e ver se têm daqueles panfletos do género "acústica médica", em que dás os dados de outro e depois eles nunca mais param de ligar. O problema é que este panfleto, num dia de aborrecimento, nos correios, preenchi-o e adivinhem com os dados de quem? Dele... Há mais de 3 ou 4 anos e ligam-lhe tantas vezes.... :-) Vocês não ouvem, mas estou a tentar rir à Mutley!

o.k! Vou pôr-me sexy, claro que primeiro tomo 2 ou 3 banhos, vou apresentar queixa por violência doméstica com animais e acessórios domésticos e esperar que a power box(e) funcione, para aprender numa daquelas séries policiais, como despachar um P.S(patife sem-abrigo) nas próximas 6 décadas... Tenho tempo. A vingança é um prato que se serve frio. Não é como os 5 ou 6 pratos que irei comer hoje à noite à conta dele...

p.s (post scriptum, mas só desta vez )- recomenda-se - Charcutaria Francesa, Rua Manuel Bernardes, traseiras Praça das Flores, lado assembleia. Espectacular, almoços óptimos e baratos, fusão nouvelle cuisine e portuguesa e que tem um gelado de limão com vodka... remarquable. Agora, vou pôr gelo na mão. Não faço nada em casa esta semana!!! Yeah!

terça-feira, fevereiro 13, 2007

9 anos após

o teu falecimento, Mãe, qual o estado da minha vida:


  • De acordo com o Rodrigo, sem contar com as caixas, tenho 15 par de sapatos, no chão... (mal sabe ele que hoje comprei mais uns...) Vinguei-me! Tinha poucos...
  • Odiava gatos e tenho 2 gatos e estou a fazer de baby-sitter de um 3º!
  • Desde então, já passei por 3 casas e meia (numa só durei um mês, muita borga para mim, que trabalhava, as usual)
  • A minha primeira casa depois de, tu sabes, foi uma vivenda em Camarate, com 3 quartos, dois pisos e era o máximo. No entanto, dormia no chão da sala... Mas agora vivo há quase 8 anos nesta casa e já está na altura de ir procurando outra. Já estou demasiado apegada e preciso de outro ninho
  • Apesar de falar em "ninho", ainda não tenho nenhum "rebento". Sou a única das irmãs todas, que não tem. Até a Juliana já tem. E estou contente por isso, por ainda não ter filhos. Quando for a altura, se esta existir, será. Hoje não. Não me vejo, assim de repente, com mais 20 kilos! Sim, gosto do meu corpo e não me apetece nada rebolar por aí fora! :-)
  • No entanto, já encontrei um "parceiro" com ar viril, fértil e olha, se me apetecer, venham elas, as fraldas malcheirosas! (note to self - comprar molas para o nariz e tampões para os ouvidos)
  • Tenho acordado para a "vida" aos poucos, e ninguém faz de mim gato-sapato, pelo menos duas vezes. Mas só uma já é raro. Excepto os meus gatos que, como bónus, também estragam sapatos. Não percebem que não temos o mesmo conceito de perfume ou de eau de cologne.
  • As pessoas que te conheceram, continuam a dizer que sou parecida contigo, fisicamente e, por vezes, não sei porquê, não quero que o digam. Mas, sempre foste bonita. Já aceito melhor o comentário. E aturaste muito. Transformo isso em ter garra. Já não aturo tanto quanto aturava (tiinhas um sinal fixe na cara, hoje em dia, isso é cool. Podias tê-lo mo deixado em testamento!)
  • Continuo a ser um pouco desleixada com a arrumação da roupa... pois em dias de fúria ou atraso brutal, atiro tudo para o chão. Mas, já melhorei muito, arrumo o armário com mais frequência. Aliás, esta semana, é tempo disso. Já que tenho que lavar a casa toda...sniff. Mas 90% das vezes, faço a cama de manhã.
  • 9 anos depois, tenho forças e condições para te ajudar. Mas já não estás cá. Eu sei. No entanto, continuar os meus esforços e sacrifícios, fazem com que, acredita, muito directamente, te esteja a provar que iríamos conseguir. Se tivéssemos tido mais tempo....
  • Continuo a não gostar de favas, de ervilhas e ovos escalfados. Mas não perdi o gosto pelo cozinhar. Quando cozinho, estou em contacto contigo.
  • Quando estou triste, depois da tua morte e outros acontecimentos, quando me lembro dessas coisas, se estiver a comer, não consigo e desato a chorar. Porque será? Comer dá-me imenso prazer, adoravas comer um bom prato, lá da terra e beber um bom vinho...(que saudades dos teus cozinhados). A dada altura, a comida escasseou, o prazer desapareceu e quando como e me recordo dessas alturas, não passa mais nada na garganta.
  • Mais coisas...continuo a ter vizinhos malucos!
  • A família está cada vez mais maluca e, seguramente, devo possuir algum anticorpo que desconheço. Fixe! Seria teu?
  • Concretizei alguns objectivos da minha vida e continuo a tentar concretizar mais alguns. Faço bem, não é?
  • Durante estes anos fiz maravilhosas amizades, que espero levar comigo para todo o sempre...
  • Tenho algumas "relações estranhas", com pessoas que não sabem muito bem se gostam de mim ou não, que se sentem inseguras comigo. Por vezes, sentem-se bem comigo e, algumas delas, ou mais uma ou duas, o.k, uma...é por ser racista e narrow minded, sem se aperceber disso. Mas a maior parte dos meus amigos são racistas e discriminam, e nunca irão perceber os meus sinais ou as minhas super-directas para eles. Mas são, quase todos, boas pessoas, ou seja, praticam o bem sem olhar a quem. Repito, se não fazes mal a alguém, ou se restringes o contacto com as pessoas, não é porque sejas boa pessoa. Longe disso. Estará, dormente, talvez? Concordas, Mãe?
  • Uso um sistema de caderneta de cheques em branco, com os amigos, familiares, pessoas. Quando gastarem o último, finito. O nº de cheques varia com o tipo e importância de relação.
  • Pois é, tornei-me "blunt" em certas coisas... é a lei da selva. Por isso, se não me fazem bem ou querem bem e vice-versa, ciao bello! Aprendi contigo. Tu e as discussões com as tuas irmãs.
  • Apercebi-me, felizmente, que a felicidade não se força. Ou se gosta mesmo ou não, ou se é feliz ou não.
  • Apesar de "blunt", tento não magoar as pessoas. Isto é, se vir que ao dizer X, tudo vai acabar para sempre, se na balança o resto pesar mais, guardo para mim. E fica para o meu discurso no elogio fúnebre dele, dela ou meu! Vou tentar deixar o meu escrito! Não quero ser infeliz...como tu. :-(
  • A Cátia, tua melhor amiga, já tem 18 e veste o 46 de soutien. Talvez seja por vocês terem passado muito tempo juntas, passaste-lhe alguma coisa! Se lhe tivesses dado só mais um pouco de juízo... Ela continua comigo e com o Rodrigo. Só o viste uma vez e deves tê-lo achado um tótó! Eu sei,porque pensavas como eu e foi o que eu achei. Na altura.. Agora, olha, é o meu marido!
  • Travei algumas batalhas tramadas, desesperei muitas vezes, mas fui até ao fim.
  • Mudei muito, como pessoa, era muito introvertida... Hoje em dia, sei que falo pelos cotovelos, principalmente quando estou cansada ou quando não estou a ligar puto ao que me dizem. Ou quando estou muito entusiasmada! Quando estou zangada, calo-me. Quando estou triste, evito o contacto humano. As pessoas continuam a não saber confortarem-se umas às outras. E muitas, simplesmente não querem...
  • Lisboa e Portugal, pouco mudou. Não sei se ias gostar muito de estar aqui, em Lisboa. Nós, se a vida for por aí, iremos pelo menos dar um giro lá fora.
  • Não consigo deixar de ter o cabelo entrançado... tornou-se parte de mim.
  • Bem...não sei se querias saber mais alguma coisa? Ah, sou gira, sempre fui e tento manter-me em forma. Tento. Mas tento!
  • Agora uso muito meias, compridas e às cores e riscas. E ténis, como tu usavas. E também me visto de maneira clássica, como tu e continuei a pintar os olhos com sombra. Os lábios, não consigo. Mas a ti, ficava-te bem o vermelho.
  • Fiquei com um casaco teu, impermeável, que até está na moda, mas não sei dele... Desculpa. Mas não queria que desparecesse como tudo o resto. Talvez para o ano já saiba dele! Desculpa...
  • Não falo com o Pai. E acho que nunca irei voltar a falar. Perdoar, consigo, esquecer nunca. Aliás, será que alguma vez o perdoarei? Mas é muita maluquice para eu aturar. E por ti e por tudo o que se passou, não consigo, não posso estar com ele. Seria uma traição muito grande.
  • Mais....olha, e é isso. E vou cantando, como sempre. E a D. Virgínia foi ao nosso casamento e continua a mesma. O ABC, o Gonçalo, a Iolanda, o Guedelhas, o Pedro Rap, o Jonnhy, o Careca, o Zito, ainda são meus amigos e gostavas deles, lembras-te? E chegaste a conhecer a Raquel, a Inês, e a Sofia. E olha, casei com o Tótó da Sofia! :-) A vida é hilariante!

E por hoje é tudo. Não fez sol, mas quem sabe, amanhã, se não fará. No 1º aniversário da tua morte, já estava com o Rodrigo e comecei a festejar o dia de namorados, dia do teu enterro. E ainda continuamos a festejar, assim, é uma ocasião alegre e penso sempre em ti nesse dia. Vamos sempre a um bom restaurante, como tu gostavas. Moamba continuo a ser um dos meus pratos preferidos, assim como bacalhau com todos. Mas a Tia São não faz de ginguba. Já lhe disse que gosto e ela irá fazer. Gosto muito dela. E a Ana Faria, continuo a mesma, mais velha e cada vez mais linda. O Balduíno, continua perdido. Ainda não sei o que fazer. Mas tenho que tentar fazer algo por ele. Acho que se algo lhe acontece, algo mau me acontecerá também. Desculpa dizer-te isto, mas também nunca foste parva e sabes a vida dos teus filhos.

É verdade, queres rir, Mãe? A Juliana casou e a Cláudia foi a madrinha dela! Pois, quem é a Cláudia?! Daaaaaa! Só me deu vontade de rir. E ri-me! O padrinho? Acho que não ias aguentar... :-)

O.K, read me next year. Espero que esteja tudo calmo, aí? E sim, desculpe-me Mãe. Entusiasmei-me e tratei-te como se tivesses a minha idade. Mas news flash, o tempo continua a ser contado da mesma forma, por isso tenho 31! Trintona e boazona! :-) Beijos e tenho saudades tuas... Todos temos

p.s - vi os Depeche Mode duas vezes!!!!! Querias, não é? Não há livres trânsito por aí?! :-) Depois dizes-me o que achaste, sobre tudo. Mas só daqui por 70 anos!!!! Vai dando notícias! E agasalha-te. Sempre fomos as duas friorentas. By, sweet mamma

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Para a mana velha...

Ela não irá ler isto, mas receberá as vibrações à mesma.

De corte em corte
De sorte em sorte.
À procura do Norte,
deixaste de ser forte.

Tivesses tu uma bola de cristal
Tivesse eu poder divinal,
não mandassem eles no mundo,
serias tu um ser fecundo,

exalaríamos todos bem fundo.

Sendo o seu ar imundo
obscuro é este mundo.

Seus vícios hilariantes
Suas vergonhas concomitantes.
Mas sendo a dor lancinante
torna-se, quem sabe, alucinante.

Algo parecia brilhar como diamante
Mas tudo desaparecia, breve instante.
Tu só querias um lugar, nem que fosse numa estante,
Nunca sonhaste acordada com uma vida excruciante.

Ainda que por instante, de ti, mantém-te distante.
Podes descobrir que até tu, tens algo de fascinante.
Pode durar um segundo, um momento,
Contudo, manterá o teu coração em movimento.

Vive, sonha, sofre, cura-te, cai e levanta-te, sente.
Enquanto isso acontecer, é sinal que estás viva e não dormente.
Se o mundo te parecer deprimente, é sinal que ouves demasiada gente.
Nesse instante, dá-lhes a provar o seu veneno e sê invisível.
Veste o teu melhor manto e canta, tornando a sua vergonha visível.

"Desapaga" a luz. É urgente saíres de ti, colares o teu corpo, encorpar a tua mente e a vida será menos pungente e a tua presença mais premente. Sente... Vence.

3 habituais dias estranhos de Fevereiro - 12,13,14

Uma das minhas irmãs faz anos hoje. 40 e... Nunca se diz a idade de uma senhora. Foi também o dia, irá fazer 9 anos, amanhã, que a minha Mãe se foi despedindo de alguns, tendo começado no dia 11, ontem. Foi o dia em que fumei o meu 1º e dos últimos cigarros, não sei porquê. Senti uma necessidade de mutilar-me e para mim, fumar um cigarro tinha e tem esse significado.

Era uma quinta-feira, fui ao cinema com uma amiga, ver o Titanic...(a mutilação não parava :-) ).
Filme enorme, péssimo, para o meu gosto, mas lembro-me de uma cena, em que um casal de idosos decide ficar no barco, na cama e morrer ali, juntos. Lembrei-me logo da minha Mãe, pois muitas vezes tinha pensamentos semelhantes, irmos todos juntos e de uma vez. Lembro-me também, que nesse dia, a ir para o Amoreiras, pensei que um dos meus irmãos iria morrer. Passei o dia "mal", daí o cigarro e o ir ver este filme. Estava, dormente?

Cheguei a casa por volta das 3h e pouco da manhã, já dia 13, sexta-feira. A minha Mãe, aparentemente, dormia descansada. Era raro ter um sono tranquilo, não a acordei e fui dormir.
De manhã, quando a tentei acordar, já ela tinha partido. Estava na mesma posição que das 3h da manhã. Ainda hoje não consigo dormir nessa posição. Saí porta fora, gritei que nem uma desalmada, foi excruciante. Telefonei para o meu Pai na Alemanha, só tinha vôo na 3ª feira seguinte. Alguns amores da minha vida, trataram da minha Mãe, dos papéis todos. Sei que a dada altura, agarrei-me a uma irmã minha, pus o Messias do Handel, e cantámos e chorámos ao mesmo tempo, expulsando alguma dor. A dor manteve-se. Simbolicamente, foi o término do meu relacionamento com essa irmã... Sei que comprei o tal vestido preto, que paguei 500 escudos no Canas, em Campo de Ourique, por um sumo de laranja e que pouco conseguia dizer.
No dia seguinte, dia de São Valentim, estava um belo dia de sol, enterrámo-la em Benfica. Alguns familiares, alguns amigos - acho piada aquelas pessoas que em todas as ocasiões marcantes da vida de uma pessoa, excepto casamentos, acham que as pessoas querem estar sozinhas... - 2 irmãos meus ficaram em casa a dormir, eram zombies, não sentiam nada, na altura. Ainda dei uma volta nas Docas com algumas pessoas. Voltei para casa e nunca mais consegui entrar naquele quarto e raramente vou àquela casa. Eu dormia no mesmo quarto que ela...

Ironia do destino ter sido, in a way, no dia de anos da minha irmã, toma lá mais uma cacetada, ironia do destino, ter calhado num ano bissexto... quando fez um mês, mais uma sexta-feira 13. Remédio, fiquei vacinada. As marcas que deixou, as lembranças que guardo dela e o meu amor eterno, seria o mesmo se fosse numa quarta 28... Está tudo na nossa cabeça...

domingo, fevereiro 11, 2007

SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM

Ontem estive 3 horas a escrever um post sobre o individualismo moderno. Infelizmente, ou não, no final esta "#$%%&%# deu erro e puff! Além de ter feito uma colecta de vários textos, de professores, de antropólogos, sociólogos, filósofos, and so ever, tinha um "conto" meu, que saiu a ferros e depois, puff again. O.K, existem coisas piores na vida. Como o ser necessário ver a "Aljazeera", para conseguir ter, finalmente, uma exposição clara, sintética e frontal, sobre a questão do aborto em Lisbon, Portugal, frente ao Hotel Altis.

Em suma, o repórter fala dos resultados, do SIM, para o qual orgulhosamente, contribui pela 2ª vez, da sua vitória, oca mas que ecoa...e este eco mais os sim's e a posição do governo, poderão e deverão levar a uma mudança, ainda que existam meses de debate pelo meio. Falou dos 25 mil abortos feitos clandestinamente e nos de Espanha. E concluiu dizendo que, a não adesão às urnas, poderá ser explicada pelo facto de os homens solteiros, homens mais velhos e mulheres idosas, não se sentirem atingidos por isto, ou seja, não lhes interessa e que há uma certa apatia nas pessoas portuguesas e clara. "9 years ago, it was a summer day, today, was raining..." Amanhã? Espero que não haja outro amanhã!

Contribui para o SIM (YES), porque como ser humano e last but not the least, só mulher e, acima de tudo, conduzida pela minha experiência de vida, pela dos outros, pelo meu self e como profissional de ciências sociais e habituada a lidar com a "porcaria de vida" dos outros, (vida essa que que muitos de nós não têm, mas 2 milhões de nós vivem abaixo do limiar da pobreza) - eu já tive uma vida dessas, já fiz parte dessa estatística, mas tive mérito e sorte, consegui vingar na vida. Até agora. Ninguém sabe o dia de amanhã; se cuspires para o alto, cai-te na testa... Ontem alguém me dizia: "amanhã, vamos votar meninas!" E eu pensei: Nina, vais ficar calada, já sabes o procedimento nestes casos. Não valeria a pena perder uma amizade por isto. Mas, apetecia-me dizer - "sim, mas vamos votar em quê "Mamã" ou "Miss Moralidade"? Pelo teu historial, devo deduzir o quê: sim -porque vai ser a maioria e o melhor é andar "em carneirada"; não - pois gosto de manter as aparências e o que eu fiz não é da vossa conta e eu sou diferente dessas outras... Antes desse apelo ao voto, a mesma pessoa disse-me que ter filhos era a evolução natural. E eu respondi: sim, se estiver de acordo com o desejo da pessoa, querer ter filhos, se esta tiver condições físicas, psicológicas e financeiras para ter e se já não está marcada por más experiências conhecidas por "abortos ilegais" e... Bem...fast forward. E já agora pergunto: e os pais desses fetos, não deveriam também ser ouvidos e penalizados, se é o que muitos desejam? Virgens Marias? Concepção divina? Não me parece. Alguém teve que fazer as honras...

E sabiam que, de acordo com a Igreja Católico, um feto não tem direito a enterro? E que, num parto de risco, salvar-se-ia sempre o bébé e não a Mãe? Com que direito, meus amigos? Os médicos dizem logo ao Pai - "salvamos o bébé, certo? Enfim, tiramos uma vida, um ser humano, no aborto, mas depois, vai igualmente para o lixo. Não tem direito a ser enterrada. Curioso... E que nos referendos, tirando cá, não existem campanhas? As pessoas devem decidir por si. Campanhas implicam programas, listas, candidatos, propostas, "promessas", ofertas... Sigamos

A olho nu e cru, aqui segue a minha história, que não é só minha, pode ou poderia ser vossa e é a de muita gente:

Nunca fiz um aborto e espero que, por razões alheias à minha pessoa ou por ironia do destino, não tenha que o fazer. Não tenho filhos, quero ter, espero conseguir ter, sejam biológicos ou adoptados ou encontrados, whatever, serão meus filhos. Venho de uma família não numerosa, mas escabrosa: tenho cerca de 15 irmãos. Abortos, não existiram, desmanches, sim, infelizmente. E já isso marca e bem. Abortos provocados pela vida em si - 2 quase 3. Dos 15 irmãos, um morreu com SIDA, outro é sem-abrigo e ficou esquizofrénico, o quase 3º, passara de beto, menino Façonnable, a arrumador de carros durante 4, 5 anos? Graças a...ele, Deus não tem nada a ver com isto, fez uma cura, melhorou exponencialmente de saúde, tem duas filhas, é bombeiro, salva vidas constantemente e já quase morreu por causa disso... Admiro-o, por mais mal que me tenha feito, os seus feitos superam qualquer sentimento negativo que poderia ter por ele.

Ainda dos 15, uma das minhas irmãs mais velhas, desorientada e vitimizada durantes anos, ainda hoje o é, saiu para a rua, foi de encontro ao mundo e este deu-lhe muita porrada, fê-la passar pelas maiores humilhações e há 10 anos atrás, apareceu quase morta à porta de casa dos nossos pais. Imaginem, uma filha, irmã, amiga, uma pessoa, aparecer cadavérica ao pé de vocês, depois de ter conseguido fugir de um antro, de uma rede, que a iludira e que, parcialmente, a matou. Dois anos e meio de internamento num sanatório, menos um pulmão e marcas psicológicas irreparáveis...
Antes disso, a vida inteira a fugir: diferentes agressores, sem autoridade e com autoridade e de farda. Pelo menos mais duas vezes apareceu quase a morrer em casa, depois de ter sido mutilada e atirada para a rua. Imaginem, o cheiro, a podridão, quase como um cheiro a decomposição. Mãe é mãe e a minha salvou a sua vida e nunca lhe virou as costas. Família numerosa era esta! Não me falem de 3, 4 filhos como sendo numerosa e com rendimentos elevados. A minha Mãe não trabalhava, i.e, fora de casa... e nunca tivemos nenhuma ajuda, excepto entraves imensos. As marcas, na minha irmã já eram tantas, tantos os desprezos e abandonos, tanta ajuda lhe fora recusada, negada, sonegada, as mutilações várias, o seu sentimento de inutilidade, sentir-se um zero, assumir consciência da sua invisibilidade. O vazio da sua alma, o desaparecimento do brilho dos seus olhos, as lágrimas que secaram e que quase a cegaram. Esse tal brilho, já vi desaparecer dos olhos de tanta gente e em algumas, nunca cheguei a conhecê-lo. Lembro-me de uma amiga de outrora, com um sorriso lindo, uma vontade de viver enorme, no meio de um impasse, a opção era dolorosamente clara: "mutilação". Perdeu o seu brilho e tornou-se zombie. Ele, o que nunca chegou a ser Pai. que esteve lá com ela, nessa altura da sua vida, mas perdeu também o seu brilho, o sorriso. As gargalhadas dele, eocavam e de repente, fez-se silêncio. Afastaram-se um do outro, ela zombie continuou e ele, continua bem no fundo, arrastado de buraco para buraco.

Nunca ninguém teve 5 minutos para eles, para a minha irmã. Eles sabiam que não havia lugar para eles no mundo, lugar esse ou não-lugar, por bem ou por mal, todos contribuímos. Imaginem-se na rua, feitos loucos, a chorar, a rir alto, disfarçando a dor e mal que vs consome, nus, despidos, abertos como um livro e passem pela inevitável invisibilidade. O poder que esta tem de "foder" qualquer um. Não encontrei um eufemismo. Imaginem a vossa própria família passar por vocês e apontar-vos o dedo ou fingir perfeitamente, que não está ali nada...

A minha irmã, depois de tanta mutilação, tentou tirar da sua vida mutilada, algo de positivo. Um dia engravidou de um abutre e resolver ir em frente. Estava farta de não ter direito a ser Mãe. Para ela, na altura, foi escolha messiânica. Seria para qualquer um de nós: sozinha, com uma barriga a crescer,num lar de apoio a Mães solteiras, de freiras e cruéis, mas ela cheia de vontade de ser finalmente importante e visível para alguém, ser útil, sentir-se gente. Levou a sua decisão avante e nasceu a nossa Cátia. A 1ª vez que a vi, disse - Ai, tão feia! Era miúda e já era louca... :-) Um ano e pouco depois, a pressão era muita, a falta de apoio, de background e mais, o sentimento de ser uma falhada era mais forte do que ela. Julgava ela que tinha encontrado um homem, o homem da vida dela, mais um...que a aprisionou, literalmente e prefiro não dizer, nem recordar o aspecto da prisão, dela e da bébé. Uma pista, pior que um filme do Kusturica. Conseguiu, literalmente, fugir dele, ele perseguiu-a, ela foi para nossa casa e ele montou guarda, 24 horas por dia, à nossa porta. Cândido, era o seu nome. Irónica e safada, a vida! Cândido! Semanas depois ele cansou-se, voltou à caça de mais carcaças e ela, passados uns dias, puff! Ficou a Cátia e basicamente, desde então, é minha filha e a do Rodrigo, meu anjo da guarda, quando ela ficou definitivamente de papel passado, connosco.Ganhou mais uma mãe e um pai que nunca teve. Na altura, do puff , as sequelas do aprisionamento eram tantas, que a miúda foi directa para o hospital e lá ficou uns tempos. Nem dois anos tinha. Mas olha, a minha Mãe ainda estava cá, e eu sempre estive lá e hoje ela tem 18 anos e no matter what, é perfeita. Teria 13 anos, quando fiquei com ela? Haveria tanto para dizer, mas how to make a long and strong story short... Talvez aos pedacinhos...

Após esse desaparecimento, é que a minha irmã voltou para morrer e sabe-se lá como, lutou durante 2 anos e meio e está viva. Teve outro filho mais tarde, está com ela, é lindo... Engravidou outra vez de outro homem da vida dela...ela ficou sozinha, estava com tuberculose, perto do cadavérica, sem trabalho, sem comida. Ligou-me ao jantar num dia de anos meus. Las Brasitas, bom ambiente e, pimba, telefone vermelho, "Olha,tenho uma novidade" e eu disse "Ai é, estás grávida. Eu sei". Disse que não tomara a pílula em Maio, mas que voltou a tomar no mês a seguir... Como é que se julga alguém assim? Eu já sabia muito antes dela. Só se queixava dos comprimidos da tuberculose que a faziam vomitar e ela chateada com os médicos. E eu, cheguei a dizer e gravidez? E ela, ai, não. Pois, mas eu também tivera tuberculose, há 10 anos e sabia os efeitos dos comprimidos. Cortam o efeito da pílula e outra protecções se pedem.
Quando se fez luz naquela cabeça, estava ela de 5 meses. Tivemos longas conversas, como se eu fosse o Pai da criança... Disse-lhe que a solução era adopção. Ela não queria. Se fosse outra solução, eu estava fora. E com 5 meses e tuberculosa, uma carniceira qualquer queria fazer-lhe um aborto! Eu nem queria acreditar!
A talhante, no entanto, quando a viu, deve ter pensado - porra, esta ainda me fica aqui estendida. Há tanta criatura vil, desprezável no mundo.

Lá nasceu a Mariana, dei-lhe eu o nome, pois após o seu nascimento, só me vinha a cabeça, ela não tem nome, não tem identidade, não existe. Eu chorava de alegria, de terror, de horror, de angústia, ai, de tanta coisa. Foi em casa dela, corrijo, no buraco onde ela vivia na altura, numa sub-cave, com um candeeiro fraco, de secretária. O meu sobrinho, ao seu lado, 7 anos, zonzo, pensando que algo estava a acontecer e que a culpa era dele. Disse-lhe que estava tudo bem, que se iria resolver, que ele fosse forte pois a sua mãe precisava de si e que lhe desse a sua mão, para ela ter forças para conseguir. Foi tudo em casa pois ela, cabecinha pensadora (eu amo-a, apesar de não lhe dizer as vezes que devia...), ligou-me às 14h a dizer que estava com dores, mas disse que ainda dava para esperar. Às 17h, já nem conseguia falar. Eu com o INEM ao telefone, ela a dizer - "vai sair, vai sair" - e não é que saiu?! Eu de faca na mão, à procura de fósforos para ligar o fogão e desinfectar a faca e a pensar: O cordão: corta-se agora, daqui por um bocado? - tentem manter a calma numa situação destas ou "atrevam-se" a desmaiar... Ao mesmo tempo pensava - "eu não quero tornar-me na minha Mãe. Que passou a vida a aparar os golpes dos outros". Já ela tinha morrido, 3 anos antes, um ano depois do meu irmão ter morrido. Não aguentou. Todos temos algo a dizer sobre se as pessoas devem ter filhos ou não, se devem abortar ou não, se devem ir presas. Mas, ninguém, nos prepara e ensina a lidar com a perda de um filho. Impossível. Irreparável.

Bem, lá veio a minha futura ex-sobrinha, dependeu de mim ela ir para adopção e nunca me arrependi. Vivo com isso e é por viver com isso, que ela estará, algures viva... Escusado dizer que era linda... Os tipos do INEM chegaram (nesse dia, deixaram muito a desejar, aqueles) e o trabalho já estava feito. A minha irmã, atrapalhada, só falava nos papéis, por causa da adopção e foi como se tivesse tido a palavra mágica: imediatamente, começaram a maltratá-la, o antigo e nunca desaparecido desdém. Infelizmente, em vez de a ignorarem, escolheram reduzi-la a nada.
Não tivesse eu mais em que pensar e os seus nomes teriam sido tirados. Meti-os na linha, queriam que eu a vestisse e outras coisas e eu logo lhes disse o que é que eu faria... :-)
Na Maternidade, já se sabia da história, até vieram comentar connosco e eu disse, pois, era eu e a minha irmã. E lá vieram as desculpas. Pois a "doida" afinal não era invisível, tinha ali uma representante. As enfermeiras foram impecáveis e trataram-me como o Pai. Levaram-me para uma sala e diziam: tão nova e já com estas responsabilidades. A minha irmã tem um sentimento por mim de amor, ódio, ódio, ódio, amor. Por vezes e quando influenciada por familiares pseudo-moralistas-obssessivos-compulsivos-maníaco-depressivos, pensa e convence-se que a minha missão é tirar-lhe ou roubar-lhe os filhos. Não sou nenhuma heroína, nem quero ser. Olhem que custa fazer estas coisas e ser constantemente olhada como a "bruxa má". Uma pessoa habitua-se.

Resta dizer que, lá fiquei sem mais um pedaço de mim, a Mariana; a Cátia, a 1ª filha dela, estava desaparecidana altura da adopção, já lá iam 3 meses...E quando apareceu, pediu à Polícia e outros para ficar comigo, que era o seu sonho. Sonho nada fácil para mim de tornar realidade. Mas não hesitámos. Lá ficámos e damos o nosso melhor, ou seja, aquilo que está ao nosso alcance, a todos os níveis, e com as habituais coisas da vida, à mistura. Tinha ela 12, hoje tem 18, os nossos desafios, meus e do rodrigo como "educadores" e protectores, são outros. E os 18 aninhos.. Também é fácil dizer como educar os filhos dos outros... Ninguém tem que gostar, aprovar, discordar ou mandar palpites. Mudei-lhe as fraldas desde 1989 (de PANO!!!!), estive sempre lá, acompanhei-a no 1º dia de escola, muitas noites sem dormir quando desaparecia, ainda pequena, aos 6,7,8 anos... O meu coração entrou em colapso tantas vezes e, mesmo não sendo a experiência de vida mais importante que tudo, não quero ser arrogante mas, meus caros, a experiência de vida, estará sempre à frente de muita coisa, de muitos livros, de muitas teorias, de muitos palpites, de muitos referendos... Porque mesmo sendo negativa, aprende-se tanto. Tentativa, erro, certo?

O meu SIM, vem do desejo que estes sofrimentos parem, de reconhecer que a realidade, a vida é tão diversa, tão tramada e certeza de coisas como estas, de sim pode ou não pode, quem as pode ter? Como? Sim? Não? Não estamos a responder a um inquérito telefónico. É como um pedido de casamento: queres casar comigo? A resposta não deveria ser simplesmente sim ou não. Que tal um NI? Ou seja, sim, por isto e por isto e sem isto e sem isto. Ou não, por isto e por isto e por nada. Porque não quero. Evolução natural? O que somos? Animais? Macacos? Sim! Ficamos em casa, a ver televisão e a comer banana e a vida passa-nos ao lado. Muitos apoiantes do IM, ficaram em casa, porque acharam: isto já está ganho, não é necessário o meu voto.

Pensem numa filha vossa a chegar a casa, desfeita, mutilada: chamam a polícia? Pensem numa amiga desgraçada, tonta, ou azarada, que dá por ela com uma barriga de um Manel ou Chico? Ou seria Frederico? Também chamavam a polícia? Ou pensem na Constança, que sabe que se engravidar vai ser despedida? Também a denunciam? Julgam-na, porquê, como, com que direito? Para a minha sobrinha ter uma vida melhor, não a pude adoptar, pois ficaria perto da mãe e do outro inominável. Pensam que não custou? E ainda ouvi sermões sobre ficar com ela! Quando tinha a outra desaparecida, com 12 anos, há 3 meses e cuja PSP nunca fizera nada! Só quando metemos judiciária que disse logo, "crianças, sabemos de cor os nomes desaparecidos e Cátia, não consta" e começou a ligar para a PSP, todos se mexeram. Em 3 equipas de 3 turnos vinham eles, quando ma trouxeram... Eficiência? :-) Tomates cherry!!!

O fim da história da minha irmã: a vida tem sido tão má e grotesca para ela, que recentemente, teve que tirar o seu aparelho reprodutor. Irónico? Não. Resultado de maus tratos e abandonos sucessivos. E todos temos a nossa quota parte. Seja para com ela, seja para com outros. É o chamado efeito borboleta. Mas eu prefiro chamar solidariedade. Quem sabe se amanhã não somos nós?

Mas ela tem avançado e muito. Continua a estudar, tem um curso profissional, formada em apoio domiciliário e trata de idosos diariamente. Tarefa pesada, em todos os sentidos, que suga energia. Mas ela, ainda com o sentimento de culpa, de eu mereço tudo o que me aconteceu, dá tudo por eles, alguns morrem-lhe nas mãos e ela sofre. Vê isso como um castigo seu merecido. Mas o amor que eles lhe dão e que ela lhes dá, incondicionalmente, que a deixa de rastos, é uma recompensa que ela absorve e goza. Eles precisam dela, mas ela também precisa deles. É uma forma de amar.

São poucas as certezas que tenho na vida. O que já não é mau. Mas uma tenho: certeza sobre estas coisas? Só se o mundo fosse perfeito...
Então, porquê o SIM? Porque ninguém merece ser mutilado, marcado, destruído, sem ajuda competente, sem conhecimentos básicos como educação sexual à séria, sem os pais falarem com os filhos, sendo o sexo tabu de tal maneira, que mesmo as minhas amigas que se julgam mais para à frente, ousam falar. Que horror, sexo. E num mundo em que se faz a divulgação e promoção do sexo, em tudo, tudo, até no Canal Panda! Porque é que eu quero que os meus filhos vejam a Sharika ou Carica ou Catita a abanar a bunda?! Ou uns "saloios" a fazerem sexo em directo em horário nobre para toda a família? Ou ler no jornal que uma mãe está preocupada que a sua filha não faça sexo no programa? Ou gajas fúteis a dizer que o sonho de qualquer mulher é aparecer na capa de uma revista, nua ou descascada? Revistas que hoje, tal como a mulher tem a Casa Cláudia na mesa da sala, o homem põe a sua MaxMen ou Maxim ou whatever that shit is?! Que mundo é este? As pessoas gozarem porque X é virgem?

Orgulhosamente digo, perdi a virgindade aos 23 com o Rodrigo, meu marido, após meses de côrte... E ainda houve quem perguntasse se iria de branco no casamento? Até poderia ter ido de dourado! O que é que têm a ver com isso? Não é isso que fará resultar o meu casamento. E digo aqui, ao mundo, estou em maré de despejar, casados estamos nós desde 2004, numa aldeia remota, no Piódão, num local cheio de significado e de paz, estávamos os dois de preto e banco, sem testemunhas e trocámos relógios! Só nós... Somos casados literalmente duas vezes e sabe tão bem. E se a vida nos permitir, repetimos a façanha. E a próxima cor...esperem e vejam...
E essa 3º, 4ª vez, terá tanto significado como teve a1ª e a ª2. Na 1ª, tinha que ser só os dois, a vida negava o nosso direito de casarmos, another long story e assim que se tornou possível, partimos. Lá está, mas porquê que outros decidem se podemos ou não casar? Portanto foi algo só nosso, que resolvemos, mais tarde e na altura certa ampliar, pois sem muitos de vocês, amigos e família, o 1º nunca teria acontecido.

O de 2005, foi muito forte. Mas, uma vez mais, foi à nossa maneira. E a cerimónia, foi linda. Os meus 8 padrinhos que tanto criticam e acham um exagero, serão sempre os meus padrinhos. Porquê? São a minha família nuclear... os meus irmãos, os meus "encarregados de educação", são aqueles que, no matter what, irão estar sempre na minha vida e em mim. Sem eles, as lágrimas que inevitalmente jorraram de mim, nunca teriam parado. Lá está o tal misto de amor, alegria e dor. É assim a vida...um labirinto caminhos confusos, caminhos mais acertados, mas sem un guia ou instrutor omnipresente. Pelo menos, quando acordo todos os dias, é a mim quem eu vejo e quem comigo está, porque me quer, realmente ver. Não quero imaginar acordar, tocar no outro lado da cama e sentir um vazio. Mas também não quero acordar, ver-me, mas distorcida no espelho e tocar numa pessoa do outro lado da cama, sentir frio e fugir para o meu lado e encolher-me, esperando que um dia, dali venha algum calor. Porque para mim, ou vem sempre ou então, alguém tem que quebrar as cordas que lhes amordaçam...e gritar, respirar fundo e recomeçar a viver. Acabar com essas duas solidões que se juntaram uma à outra, por hábito, porque é a evolução natural ou porque não conseguimos estar sozinhos, porque é o que a sociedade nos diz. Não podes estar sozinho. Porque se sozinho, vais conhecer o teu verdadeiro e não sabes se tens forças para continuar... Mas muita coisa conseguimos nós sozinhos. Acreditem. Dêem-se ao luxo de ser verdadeiramente felizes, será sempre o meu desejo para todos vós...e para mim.

É comprido, eu sei. Mas... :-) E sim, size matters... :-)

p.s - Não sei se isto se diz, obrigado por me "ouvirem", por dizerem de forma franca o que vos apetecer, só assim é que nos vamos conhecendo: abertamente. E não pensem que a minha vida é triste ou foi triste. Se estou cá, é porque consegui ser resiliente e encontrei sempre maneiras de não ir ao fundo ou de ir ao fundo e subir. E uma delas, foi ter a certeza que o maior objectivo da mimha vida, é ser feliz, genuinamente, sem cedências, sem jogos, sem aturar isto ou aquilo, sem ignorar isto e aquilo, sem ter que mendigar por amor. Quando há amor, há complementariedade, há um encaixe, completa-se o quadro. Não se tiram ou escondem partes. Não há bagagem no porão: está toda nas nossas mãos, no nosso colo. E não se entra e sai da vida uns dos outros, como se saísse do Metro. Se se sai, foi porque nunca se entrou realmente. São os penduras da vida...

Tenho sono...até mais

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Pillow Fight Club




"Pillow fights were different in my day," said the old man, his wrinkled features revealing the memories. "We didn't have these modern synthetic pillows, or neck pillows with lumbar back support. We used the real thing, with feathers! Yeah, sometimes they'd bust open. But that was the chance you took in a pillow fight." The man paused to pet his old dog, Bullet, who was seated at his side. Bullet had died in 1985 and was, predictably, stuffed with goose down. "And pillow fight insurance? There was no such thing! It was man against man, armed only with pillows, and a will to survive!" His voice trailed off, and he offered Bullet a cookie, which fell from the dog's lips onto the carpet. And once again he was lost in a simpler, more violent world ..."


Também quero formar um clube destes! Quem é que oferece a casa? Eu ofereço as almofadas! Esqueçam os seguros. E se alguém tiver um cão empalhado... :-) Acho que vou acender mais incenso ou beber um copo, aliás, um pacote de leite!!! Até sai nas notícias!!!! Smackdown, my ass!!! :-) PFL - Pillow Fight League!!!! Rules! Ora leiam, seus amadores de luta de almofadas!


By Cameron French Tue Jan 16, 4:23 PM ET
TORONTO (Reuters) - Toronto's College Street bar district has seen its share of late-night fights, but a recent scrap was a bit out of the ordinary, as a financial journalist in a '50s housewife get-up tried to wallop the daylights out of a 35-year-old part-time waitress -- using a pillow.

The crowd of nearly 500 did little to interfere, as they had paid to be there.
Welcome to the Pillow Fight League, which has been drawing growing crowds in Toronto since it formed early last year, and is now set to export its campy fun to New York City.
The league is the brainchild of 38-year-old Stacey Case, a T-shirt printer and musician who came up with the idea that people would pay to see young women in costumes beat the tar out of each other with pillows -- and that women would volunteer to whap each other in front of a crowd.
The seeds of the idea came from a New Year's Eve show Case's band played in a Toronto bar just over a year ago. As a local burlesque troupe entertained the crowd by staging a mock pillow fight, they were shocked when women from the audience came forward looking to join the battle.
"It was really, really fun, and really funny that they were actually fighting for real. I woke up the next day, and I was like, "Oh my God, that was awesome," he said.
A few ads in a local newspaper later, and Case and some friends were booking events at local bars. Now they have a stable of 22 dedicated fighters, a growing fan base, and ambitions of turning the PFL into something bigger.
However, they're quick to point out it's not really just about young women in revealing costumes tussling in front of a largely male audience. Well, maybe it is a bit.
"People all have a conception in their head of what a pillow fight is all about," says Don "The Mouth" Lovranski, Case's co-investor and the big-voiced announcer for the shows.
"When they come to it, though, they see it's not hot blonds in negligees; the fights are real, and there's some fun to it. I think that's what the appeal is."
Case himself is league commissioner, a role that becomes part caricature once the ring lights brighten and the pillows come out. As the boss, he has to play the heel. Another cohort, Matt Harsant, becomes Matt Patterson, a throwback-style referee complete with a bow-tie and limited patience.
BOOZY SUZIE AND SARAH BELLUM
But it's the fighters that make the show, and they come in all shapes and sizes, with names like Sarah Bellum, the smart one, and Boozy Suzie, who enters the ring with a beer that referee Patterson confiscates with a stern wave of his finger.
Lynn Somnia staggers to the ring in a hospital gown with electrodes dangling, apparently released from her sleep-deprivation chamber.
Top contenders include Betty Clock'er -- by day a financial editor and by night a cushion-swinging housewife who brings a plate of cookies to ringside -- and Polly Esther, billed as the waitress from hell ("And somebody's gonna get served!," The Mouth bellows as she struts toward the ring).
While the personas are all good fun, the action in the ring is real, and as Case is quick to point out, unscripted.
The rules are simple: women only, no lewd behavior, and moves such as leg drops or submission holds are allowed as long as a pillow is used. After that, it's up to the combatants.
For the fighters, there's a small stipend, and a chance of fame if the popularity of the league continues to grow. But it's also a hobby, and maybe even has a therapeutic appeal for players like Polly Esther, who got her snarky waitress persona the hard way, during 20 years of waiting tables.
"All the people I've served over the years, the bad customers, the bad tips, Polly doesn't take it." she says. "She lashes out. She hates everybody, but she's not going to leave her job."
This past weekend, Polly didn't disappoint, torquing her long arms to deliver punishing pillow blows to Betty Clock'er in a fight to decide who will travel to New York this week to face PFL title holder Champain, an event Case is hoping will give an adrenaline shot to the league's profile.
The bigger picture involves a TV deal. Case says he has already turned down bids that didn't offer the mix of attention to the action and characters that he says makes the league more of a draw to the arts community than the mud-wrestling crowd.
The scene this past Friday would seem to bear him out, as the nearly 500 screaming fans looked more like an art-house movie crowd than a boxing audience.
The cheers reach a crescendo as Betty Clock'er fights off Polly Esther's roundhouse hits, then unleashes a well executed pillow-leg takedown and pins Esther for the three-count.
"I'm prepared for it to tank," says Case. "But I hope it doesn't."


Dois - FYI

Políticos Gays - a few of them... Aqui segue uma lista, são 167. Eu sei, sem caras associadas é aborrecida, mas, guess what, temos um Tuga lá no meio! Shame on you... ou será que sendo dos Açores, não conta?! :-) Eh, Mário! Disse-vos que o Mário não está cá, claro. Mas sim no Canadá... esses excêntricos! Olhem para a carinha dele, é mesmo tuga, não é? Volta, estás perdoado.
Mas para os Açores, claro... :-)

p.s - qual será a marca das malas dele? E saberá ele como fazer com que a minha tarte merengada de limão saia no ponto? E qual o melhor creme para a minha pele? Será que se fôssemos todos mais "gays", felizes, não seria tudo mais fácil? E as pessoas não se iriam vestir melhor? Ou menos mal... Cinismo? Don't make me blush...
playsation 2 ou p.s 2 - caso não entendam a lista, é porque a saquei de um site da CIA e por razões de insegurança, deles, não minha, resolvi codificá-la e deixei só o nosso Mário, bem exposto! Um verdadeiro macho latino, dá sempre as duas faces, sem ninguém as pedir e com todo o seu orgulho! Go, Tiger!
A lista: and the nominees are:

Um - FYI

Sexual misconduct allegations

In 2005, Dutch journalist Peter R. de Vries obtained a secret report of the intelligence department of the Rotterdam police. It became clear from this report that Fortuyn, along with several other members from his party, had been the subject of investigation by the intelligence services. An anonymous informant claimed that Fortuyn had engaged in sex with Moroccan youths aged between 16 and 21; this would have been legal under Dutch law. However, the report contained factual inaccuracies, and the trustworthiness of the original source could not be verified.

Uma Conversa Chocha

- E porque é que eles não se assumem? Não se organizam e saem para a rua e se assumem? Como o outro gajo, na Holanda? Ainda por cima político e de direita e que até tinha um preto no seu partido! Em vez de fazerem aquelas festas que eles fazem?! E os comportamentos deles? Por isso é que as pessoas não os têm em grande conta!
- Vamos comparar a Holanda com Portugal, "uma aldeia"?
- Sim, porque é que as celebridades, os líderes de opinião, não avançam e não assumem o que são?
- Como assim? Como o Herman, que toda a gente sabe o que ele é, mas finge não saber, para ele não ficar a saber que todos sabem, que eles sabem mas que não querem que outros saibam, muito menos ele? Ele até pintou o cabelo de louro para disfarçar...
- Sim. É verdade. Foi uma decisão dura. Acho que seguiu um conselho do Roberto Leal. Dá-lhe pinta. E o político...
- (de urso, diz quando finge tossir ao mesmo tempo) Qual? O Paulo Portas? Apesar da semelhança entre o Pim Fortuyn, pelo menos no bestial gosto em fatos e sapatos, não vejo a semelhança. Será o preto ao lado, o que lhe falta? Sei lá, como um acessório? Em vez disso, acho que ele optou por um conjunto de malas da Louis Vuitton.
- Bem, tenho que concordar contigo, a escolha não era muito difícil. Aquelas malas...
- Pois, acho foi o que o Paulo disse - Quero 'ma mala. Já sabes como ele é: curto e grosso e muito poupado nas suas palavras.
- Olha lá, e já contaste à tua mulher, que a tua amante está grávida?
- Estás parvo ou quê?! Mas ela lá tem alguma coisa a ver com o assunto. O filho não é dela! Que eu saiba, só o pai e a mãe é que têm que saber. Que mania! Ela lá tem os nossos filhos para cuidar e agora tem que se preocupar com os filhos das outras mulheres?
- Tens razão, desculpa. Olha, sempre vamos tomar um copo logo à noite? E ver os "aviões"?
- Eh, pá, não vai dar. Tenho que ir ter com umas clientes, logo à noite, no Conde Redondo. Um caso pro bono. Sabes, é que elas trabalham por turnos e para meu azar, calharam-me as do turno da noite... Já viste a minha sorte?
- Pois é, mulheres. E quando são de peso...
- Pois, pá. O que vale é que nós homens estamos sempre em sintonia. Se a minha mulher ligar, diz-lhe que o jogo de poker estava a chatear-me e fui dar uma volta para arejar. E o telemóvel, esqueci-me dele em tua casa. Já sabes, um gajo está sempre embrulhado em trabalho e até fica com a cabeça no ar.
- Eu entendo. E o que é que eu digo à mãe?
- À tua mãe? Que tive que ir ter com a minha mulher, pois estava com afrontamentos. Dizia que suspeitava de qualquer coisa e queria "afrontar-me".
- "Confrontar-me"
- Olha, lá! Isso são maneiras de falar com o seu pai?! Pro bono mas sempre muito uomo! Vai lá tomar conta da tua irmã mais nova que se ela continua assim, vai-se a mesada toda hoje!
- Pai, aliás, padrinho, gostei muito desta conversa. Estou sempre a aprender contigo...
- Deixa lá, filho. Um dia vais agradecer-me. Antes que me esqueça, toma lá aquele DVD do "Sexo e a Cidade" que tanto querias. Já vi que vais sair ao teu pai. Sexo e a Cidade...saíste-me cá um malandro. Capa rosa choque, para esconder o conteúdo... Dá cá esses ossos. Eh, pá. Tens andado a praticar no ginásio?
- Sim. Manter a forma, pai. "Eles andam aí!" :-)
- Saíste-me cá um palhaço! Bem, o dever chama-me. Pro bono! Pro bono!