domingo, fevereiro 25, 2007

(re)Flexões Banais

Não seria de esperar que a idade dos porquê's terminasse quando pequenos? Mas não. Porquê? Aparentemente, somos "grandes", crescemos pelo menos, alguns de nós, em termos de altura, continuamos pequenos, mas é suposto termos um "self" maior e melhor. Não, isso já seria pedir de mais. Ok, mas pelo menos um "self", ainda que cheio de defeitos e vazios. Porém, pelo menos algo de positivo. Não de diferente. Há coisas que fazia quando era pequena, quando era "teenager" e continuá-las-ei a fazer até que a vida mo permita. E há coisas que faço hoje que não fazia quando era pequena, que preencheram, sem dúvida, alguns vazios e buracos, no meu caso, bem negros, da minha vida... Naughty me! :-)

Adoro andar, adoro correr, adoro correr e andar em jardins, adoro desporto, adoro a competição desportiva saudável, adoro jogos de equipa, adoro desafiar o meu corpo, o "génio", adoro cantar, sempre gostei, adoro dançar, cozinhar, escrever, adoro saber que penso por mim, para mim e nos outros e que, quase, quase sempre, digo aquilo que penso. O que me traz, muitas vezes, "bués" mesmo, dissabores. Mas também, adoro andar contra a corrente, contra a maré. Lembro-me que, por volta dos 9, 10 anos, dizia uma amiga/colega/e colega de coro (passávamos muito tempo juntas) - "Tu és muito crítica!". Era? Bem, se era, continuo a ser. Já na altura, tanto eu como esta rapariga, manifestávamos, pontos de vista, posso dizer, intenções políticas diferentes e visões sociais bem distantes umas das outras. O tempo passou e duas décadas depois, tenho outros amigos, amigas, conhecidos, conhecidas, com quem se passa o mesmo. Sou é que estou mal, tenho um problema, uma doença? Não sei... Mas eis os sintomas:

  1. Eu digo A e dependendo da situação e envolvidos, raramente ouço outro A.
  2. Como o meu A está isolado, claramente a resposta dos B's, verbal e corporal é a de "união", ainda que forjada a ferros no momento, de visionários, também auto-conhecidos como grandes historicistas e de "transferência", "projecção" - o meu convicto A é uma ameça para a "cu-esão", pois não consigo acompanhar a sua evolução.
  3. A contra B's, mas parece que o meu A é tão despropositado, inconveniente, ridículo, que os seus décibeis rasgam os ouvidos dos "B's" e torna-se imperativo, silenciar-me. O que é complicado... Pois os B's, por norma, são pessoas educadas, formadas, instruídas, que falam calmamente, tentam manter o "nível" da conversa e apesar da certeza dogmática que dominam como leais dominados, aliás, iluminados... E educadores, necessitam de fazer desenhos, esboços, mapas, mapas mentais, in a nutt shell, das suas MWD - Massive Weapons of Disillusion, também conhecidas como: o que se diz e que faz todo o sentido, o que ouvi e que me soou a óbvio, logo evidente para todos nós, o que vi na TV, o que li no Jornal, o que nos diz História e o que nos mostram os estudos (seleccionados, claro), ou "li isto na porta de uma casa-de-banho de um café e pareceu-me bem".

Bem, como nem sempre sei ser breve, ainda que muitos gostassem que o fosse, mas não sei para quê - lê quem quer, comenta quem "de facto" lê e se identifica ou tem algum interesse, seja este A ou B, comentam também, por vezes, alguns "educadores" ou "historicistas", quando acham que mereço uma nota positiva... quando estou simplesmente a pensar alto. Alto! Algo aqui não está bem... Não quero parecer educadora, historicista, ou outra coisa qualquer. Se o pareço, olha, tenho andado a falhar. Mas, isso não me interessa. Porque significa que tenho andado a pensar e não tenho medo se "errar" quanto aos meus juízos, críticas, opiniões, certezas e incertezas e dúvidas claro. Muita filosofia nesta cabeça, muita dúvida Catersiana e muito Maquiavel, entre outros. Muita procura da essência humana, da minha essência humana. Procura ingrata, pois posso encontrar tudo, menos o que tanto sonhei, imaginem como sendo o ideal da essência humana. Por isso, sintomas: alienação, alheamento, distúrbios de personalidade, narcisismo, projecção, transferência e, sublimação. E alterar resultados: 2+2=-5

A doença? Ainda está em estudo, mas, pelo o que parece, apesar do meu alheamento, há muitos mais casos por aí. Os sintomas variam, mas há um em comum: cogito ergo sum. Tradução dos doentes: Penso, logo insisto... - arrogantes! :-)

Tratamentos em fase experimental - vendas para os olhos, açaimes, lavagem cerebral, choques eléctricos, muita leitura light, a leitura habitual dos mesmos jornais, de preferência, semanários, muito teatro e muito cinema, algum de época ou a preto e branco, alguns filmes comerciais, programas regulares e de preferência diários, audição de um, máximo dois estilos de música, manual de instruções sobre conversas a ter, com temas e guiões específicos, quatro, não mais, peças de roupa que se enquadrem na "manta de retalhos" chamada sociedade, duas ou três filosofias de vida, todas para serem usadas a partir dos 28 anos. Antes disso, recomenda-se qualquer coisa ligth ou que esteja na moda - ou seja, com curto prazo de validade.

Que tratamentos experimentei? As filosofias de vida...mas, claro, acrescentei mais umas três ou quatro e comecei cedo. Aos 6? Em certos casos, a doença, aliás, os sintomas, revelam-se muito cedo. Talvez se andássemos com um "boletim de saúde", com o nosso historial, seria mais fácil para todos escolherem as pessoas compatíveis para incluir na sua vida. Mas o contrário vejo e muito - "grelhas" ou "checklists" com os requisitos para eventuais casos compatíveis. Mas falta sempre qualquer coisa, nas checklists... por isso é que entrei na vida de algumas pessoas e estas têm alguma dificuldade em retirarem-me das suas "so called" vidas. Há esperança, contudo. Já está mais do que provado que o tempo trata disso! Sorte, já viram?

Tratamentos que vou continuar a experimentar, porque sei que resultam: sair de cena. Não aturo fretes e nem quero ser um frete para ninguém. Já descartei algumas pessoas: por incrível que pareça, resultou excepcionalmente com a família. Com os amigos, conhecidos, amigavelmente confusos, etc, ainda faltam alguns. Será o tal tempo, o percurso inevitável da vida... já ouço a frase: "telefona um dia, para tomarmos um café." Espero que seja a sim, ou então, lá vem a sublimação e os danos colaterais serão reais, feios, mas desejáveis. Morte súbita. Ninguém percebe o que se passou e eu, as usual, passo por louca. Aliás, esquizofrénica. Há algo que me atrai neste termo. O quê? Porquê? Quem são vocês?

«You talkin' to me? You talkin' to me? You talkin' to me? Then who the hell else are you talking... you talking to me? Well I'm the only one here. Who the fuck do you think you're talking to? Oh yeah? OK.»

Só sei que, pegar no que nos ensinaram na escola, em casa, nos manuais de história, para justificar os dias de hoje, não é suficiente. Falem "com quem de direito" e ouçam as repercussões da história a falar, antevejam o indíce dos futuros manuais, pensem bem se afinal aprenderam alguma coisa na história, saiam dos vossos corpos e das vossas mentes brilhantes, por breves instantes. Façam uma "viagem", sintam-se presos na história, vejam a origem das vossas leis e vivam um momento, só um, no meio da selva. E tentem fazer com que as vossas leis funcionem, com que a realidade coincida com a "verdade" dos manuais e sintam se somos mesmo todos iguais? E se não o somos, iguais, é por causa de quem? Por nossa causa, deles, de Deus, ou, para varia, Ele não tem nada haver com aquilo, com isto? Sintam-se oprimidos, pressionados, encurralados, sem saída, sem desejos, sem motivação, percam a vossa dignidade. Mas por vontade alheia. Porque, ao terminar a "viagem", podem concluir, que se sentem perdidos num deserto, ou em areias movediças, se passados uns segundos, ainda se sentem aprisionados, que andaram à tareia, é por vossa culpa e com a vossa permissão.

Vivemos condicionados, mas vivemos com o mínimo de condições para tornar a nossa vida, nossa. Mais única e genuína. E se isso não acontece, não foi por vontade da história, ou porque dessa maneira faz mais sentido, ainda que a vossa pareça diferente e distante da dos outros. Os extremos tocam-se. No meio, não está a virtude, estamos nós, as pessoas. A virtude, está dentro de nós. E é nosso dever "conservá-la", usufruindo da sua energia, partilhando-a com Outros, com O grande, que nem sempre se encaixam nas checklists. Mas partilhar só porque é correcto, é um feio engano. É ilusão, é magia da má. Ser altruísta, amante das pessoas, dos animais, da natureza no geral, para compensar ou substituir vazios, falhas, com as quais negamos lidar, é adiar o inevitável:

o Dia em que, por mais bem que pensámos ter feito, continuar a não compensar o mal que nos fazem ou que a nós próprios fazemos.

Se não nos amamos, aceitamo-nos como somos, lidamos com a visão dos outros sobre nós, lidamos com a nossa visão sobre os outros e não a ocultamos, se não nos sentirmos respeitados por quem interessa, por quem está ao nosso lado, se não respeitamos quem está ao nosso lado, se amamos ou temos por missão amar quem está ao nosso lado, quando nós ou o outro, só está lá, por mero acaso, isto é, por teimosia nossa, por medo da solidão, por conveniência, se continuarem a ser duas ou mais pessoas a "dividir" um espaço, se sentirmos a nossa vida cuidadosamente tecida como uma teia de aranha, mas que, no entanto, vem o vento e a arrepanha, transformando tudo em pó, mas como a aranha, começamos tudo de novo, mas sem a sagacidade da aranha,pois usamos o mesmo economizar sórdido, de restos, migalhas, traços vestigiais baços de breves e leves, muito leves, momentos de "alacridade", falácia por nós engendrada...

Lembro-me de uma vez, na faculdade, na discussão de um trabalho individual, já não sei qual o tema, pus em causa a história ensinada na escola, o seu valor, a sua "autoridade", quais os seus limites e que limites impunha. A professora, educadora, Doutora, prontamente perguntou:

- Então, quer dizer que você não aprendeu nada na escola, em História?!! - com um ar indignado

Eu estive para responder:

- Desculpe, Patroa. Claro que aprendi. E agradeço muito, principalmente à Patroa e a todos os brancos do mundo. Como disse um "amigo" meu, "se não fôssemos nós, vocês ainda não sabiam comer de garfo e faca!!". Por isso, desculpe, mais uma vez. Ando muito cansada, sabe? E às vezes não ouço bem, fico confusa e ponho-me a pensar. Não tem uns manuais que me empreste, para eu aprender melhor a lição?

Diria ela:

- Não, deixe estar. Desta vez, passa. Os manuais com vocês numa resultaram. Já os trabalhos manuais... Corra, é isso, vá correr. Isso de certeza você sabe fazer, não? Afinal, é inato! Está muito sol, mas você não precisa de protector. Vá, aproveite. Já viu a sorte que tem? Nem se queima? Vá, juízo e ponha-se no seu lugar, aliás, ponha a cabeça no lugar! A cabeça!

Aprendi muita coisa na faculdade. Também lá aprendi que "dar os votos aos pretos não valia a pena. Eles acabam sempre a lutar!" Pois... Já os portugueses, de 1ª, não. Esses votam e muito.

Bem, esta treta toda despejei, por mais uma conversa banal, cá em casa.

Tema - striptease. Minha visão distorcida - as mulheres QUEREM ver homens nus, sem ornatos, num strip. Sim, a sexualidade dos homens é diferente das mulheres, mas a sexualidade é algo comum aos dois. Se está à vista, se eles pensam em sexo a cada 5 minutos e as mulheres só aos 10 minutos, não interessa. Sexo é sexo e maldito o dia em que fique tão cegueta que não consiga galar os seus rabiosques! Mulher que esteja viva, gosta de ver homens e olhar para eles e vê-los nus, é bom. Nem que seja para gozá-los. Claro que não há regra sem excepção - se uma mulher não conseguir mostrar o seu corpo às claras ao seu companheiro/a e/ou vice-versa, acredito que não queira ver um homem comum. Se é suposto ser algo que as mulheres só pensam para si e não dizem a ninguém, mesmo às seus pares, é porque foram educadas assim, maltratadas e levadas a pensar assim, ou porque, por mais independentes e para à frente que julguem ser, continuam a ser donas de casa e assumem-se "como pecadoras", como está escrito num livro qualquer cheio de pó, escrito pela mão de um homem, como outro qualquer.

Outra visão distorcida minha - Se no striptease (bares que todos conhecem e que são socialmente aceites), as mulheres não podem ser tocadas, excepto em determinados serviços, não é porque "exigiram" no seu "contrato" que não queriam. Talvez seja o oposto, os seus "donos" ou entidades empregadoras, é que não QUEREM que estas sejam tocadas. Porquê? Contava por vivências com várias prostitutas e travestis, mas seria arrogante, claro. Não é por vocês não terem tido contacto com este mundo, que não sabem como funciona. Guys, há coisas pelas quais não vale a pena competir e uma delas, é esta - convivência de perto com o mundo da prostituição que, by the way, engloba outros mundos. Ter tido em tempos uma cunhada prostituta, não é algo invejável. Acho eu... A minha vida é recheada de coisas "diversas", mas não tentem competir com ela. Não é minha intenção ser a maior, a melhor ou a sabichona. E, continuo a preferir a minha vida, traga o futuro o que trouxer. E como dizia alguém - "try walking in my shoes"

E, por último, as mulheres portuguesas não estão muito mais avançadas do que as do tempo das suas mães ou avós . LOL. Muitas das nossas mães e avós, fizeram coisas impensáveis para uma mulher, que hoje em dia, muitas de nós não fazem. Muitas das mulheres de hoje, continuam a achar que o seu lugar é na cozinha, é tratar dos filhos, do marido (talvez do amante), com algumas inovações - têm que fazer carreira ao mesmo tempo e estar lindas! Aliás, boas! Por isso, se és solteira ou casada, vai a um ginásio, se não, és considerada desleixada... Sua gorda! Sebosa! Ele trabalha tanto e tu, com esse aspecto! E se ele só te dá atenção de vez em quando, não é por mal. Não sabe a tua data de aniversário, quase nunca te dá nada?! Os homens têm mais dificuldades em mostrar as suas emoções. E são ocupados, já disse. A tua Mãe também passou o mesmo com o teu Pai e ainda estão juntos. Qual é que é o teu problema? E terás sempre os teus filhos, ainda que estes te enlouqueçam e dêem uma trabalheira dos diabos! Está escrito e ninguém contesta isso - a Mãe fica sempre com os filhos! Ainda que sejam 3 e ela não tenha 4 mãos... É a evolução natural das "coisas" e do "coisar". Mãe é Mãe, seja lá o que for isso de ser Mãe, sendo que uma Mãe solteira não pode adoptar uma criança. Interessante...


Travis Bickle: I would say he has quite a few problems. His energy seems to go in the wrong places. When I walked in and I saw you two sitting there, I could just tell by the way you were both relating that there was no connection whatsoever. And I felt when I walked in that there was something between us. There was an impulse that we were both following. So that gave me the right to come in and talk to you. Otherwise I never would have felt that I had the right to talk to you or say anything to you. I never would have had the courage to talk to you. And with him I felt there was nothing and I could sense it. When I walked in, I knew I was right. Did you feel that way?

Betsy: I wouldn't be here if I didn't.

Taxi Driver, 1976

Mudou assim tanto, o mundo?

3 Comments:

Blogger Gonçalo Franco said...

Bom, estava aqui a pensar que às tantas... Se é tão bom ver gajos nús... Se o Manso não se importar, eu dispo-me, pronto. E se não te aguentares até ao estarmos juntos ... pá, envio-te umas fotos digitais!!! Buga? :O

8:15 da tarde  
Blogger Tokitoka said...

veste, despe, peste, teste! :-)Nada de coisas virtuais ou virtuosas! Nada de acessórios, excepto uma redoma de vidro e tu lá dentro e eu cá fora a partir o côco a rir!!!! De emoção, claro. Porque eu, como toda a mulher, não gosto de ver homens. Aliás, tirando o espelho em frente à nossa cama e uma lâmpada potente, é tudo muito intímo e tímido! Nudez explicíta, nem pensar! Só vendo é que eu acredito nessas tretas... :-)

Tomamos banho quase sempre juntos, a nossa cortina de banho é transparente, mas estamos sempre de olhos fechados! Até usamos champôs rascas que ardem nos olhos! Vês? Não vês nada, pá! A mulher foi feita para procriar e ponto final! E os homens, têm que treinar a sua masculinidade ou sentem-se emasculados. As mulheres, que fiquem em casa, ainda se sente gente, ou seja, homens, e começam a exigir e a querer mandar! Este mundo está perdido! Só faltava as mulheres gostarem de ver outras mulheres nuas! E homens com homens! Ai! Vou benzer-me e acender uma velinha!:-)
Hasta!

11:24 da tarde  
Blogger Gonçalo Franco said...

Benze-te filha! Benze-te! Mercedes Benze-te que eu vou fazer o jantar :o

7:02 da tarde  

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