quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Conversas banais que nos definem em traços gerais

Num almoço prazenteiro, algo essencial na minha vida, quase todas as conversas são banais. Mas no meio dessas conversas banais, surgem das coisas mais interessantes, mais irritantes, mais estimulantes mas, acima de tudo, permitem que nos conheçamos e avaliemos os nossos pares, sem que, por isso, deixemos de gostar mais ou menos deles. Quando alguém entra na nossa vida, normalmente, traz a sua bagagem, toda, e não queremos mais vir a descobrir uma necessaire, ou caixinha de jóias, com um diamante em bruto por explorar ou uma data de traças que nos levam automaticamente a sacar do insecticida.

Passámos por vários assuntos: desde as minhas conversas intermináveis de aventuras com vizinhos, às questões, no meu entender, ainda Tabu para muita gente, à evolução do mundo, da posição da mulher neste mundo, na existência de machismo ou não, em certas áreas interessantes – striptease... – a fichas técnicas de filmes (no cinema, ficar ou não até ao fim das ditas fichas).

Eu fico até ao fim dos filmes, normalmente, nos de desenhos animados para crianças – gosto de saber quem faz as vozes na versão portuguesa e nos outros, quando a música ou fotografia, ou outra coisa me agrada, não saio sem saber quem fez o quê. O que é giro. Pois quando vemos outros filmes, conseguimos reconhecer se os nossos preferidos fizeram ou não, a banda sonora, por exemplo. Sei que adorei o Gladiador pela banda sonora e já sei quando uma banda sonora é feita ou pelo Hans Zimmer ou pela Lisa Gerrard. Também gostei da voz do Russel...Um extra, vá.

Mas é giro, pois no almoço, a dada altura, há uma conversa do género (já não me lembro bem das palavras, mas girava à volta da parvoíce ou não de ver as fichas técnicas...)

- E conheces o “não-sei-quantos”?!
- Sim, claro. Ele fez isto e aquilo!
- Olha, ele entra no filme X.
- Ai é? Não sabia!
- Pois... Sabes como é que eu sei?
- Não.
- Fiquei a ver a ficha técnica...

(Touché, en garde e merci, como diz o meu sobrinho de 10 anos, sabe-se lá porquê!)

Adoro fichas técnicas e foi fixe-a-técnica usada pela pessoa, para marcar o ponto. É advogada e pelo pouco que “ouvi”, das boas, não? Assim do nada e com calma, enrolou-o mais rápido que um crepe chinês! Imaginei em vez de pequeninas gotas de suor no rosto do enrolado, umas gotas de molho de soja, light, claro, a escorrer-lhe pela testa! É divertido, passarem-se essas palermices pela nossa cabeça! O.K, na minha...