O 3º elemento

Já não escrevo aqui há quase um ano, mas apeteceu-me voltar a escrever. Estou feliz. Sou feliz. Vamos ter uma filha, a Matilde. Nascerá lá para o final de Outubro. Não será mais uma criança neste mundo. Será a nossa filha e mais um membro da nossa família. Acredito que há coisas que não acontecem por acaso. 2008 promete ser um ano de provações, de angústias, de ansiedade, de amor, de muita saudade... A Matilde virá ocupar um espaço, o seu espaço. E não é pequeno. Terá muito amor para receber e terá muito amor para dá. É um dos objectivos mais nobres da vida, dar amor. Receber também é importante e muitas vezes não sabemos como o receber. O que peço é que ela se torne numa pessoa boa. Está tudo englobado nisso, no ser boa pessoa. Quero que ela seja como o seu pai... Não há melhor definição.

O meu 1º amor...

aquele que nos sufoca quando estamos longe dele, que nos prende a respiração quando se aproxima, que partilha connosco uma lufada de ar quando sentimos que o ar está pesado, que o mundo está sentado nas nossas costas, que a cadeira nos foge debaixo do traseiro e que, mesmo saíndo com horas de antecedência, chegamos sempre atrasados ao nosso destino; o 1º amor, é aquele que espera mesmo quando nós, impacientes, achamos que não merecíamos que se esperasse por nós e damos gritos mudos, que cortam a alma de quem passa mas não nos passa cartão.

Pessoas...

são tantas as pessoas na minha vida, no entanto, sinto um vazio tão grande. Algo está errado. Serei eu, serão elas? Não encontro resposta. Vou desbravando caminho,por entre elas, sem pensar muito. Até penso, não posso mentir. Mas só tenho pensado em como me posso ver livre delas...Dói, mas é um "exercício" necessário. Sinto-me sufocada, desrespeitada, quase gozada. Sei que eu não estou a sentir gozo nenhum...Não deixo de me sentir aliviada... desligo o telefone,apago todas as mensagens,apago os mails, se necessário,não abrirei as portas de casa. Não quero sentir-me nem dormente,nem doente. Quero descontrolar-me mas consciente desse descontrolo. Não quero sentir-me perdida em vão. Quero dizer não, ou sim, ou talvez, mas porque eu quero. Não porque os outros querem. Não quero gritar com ninguém, não quero que gritem comigo e estou cansada de gritar pelos outros. Eles que gritem. Eles que batam com a cabeça na parede, eles que desliguem os seus telemóveis, as suas vidas móveis,embuídas de tanta imobilidade, de tanta inércia, de incapacidade de agir, de acção, de mudar, de vontade de viver. Amor e amizade não se compra, não há à venda nas lojas de conveniências, nas estações de gasolina, no multibanco. É algo gratuito, priceless, inqualificável. Não há palavras para descrever. Sente-se e acabou

O meu 1º SuperBock

foi interessante. Mais um palco, mais um público, mais um formato. No entanto, o "convívio" com as celebridades,quase todas, salvo erro, da Terra de Sua Majestade, foi normal. Quando somos todos do mesmo meio, indepedentemente do número de discos vendidos de cada banda, somos todos iguais. Não faz sentido pedir autógrafos a ninguém. Faz sentido, isso sim, trocar impressões,ideias, elogios. Insultos, penso que estão fora de questão. Por isso, Arcade Fire, Bloc Party, Klaxons, the bloody fucking Magic Number - que horror e outros mais e The Gift, claro,todos juntos. Quem gostei de ver actuar - Bloc Party. Quem não me aqueceu nem arrefeceu - Arcade Fire. Problema meu? Talvez. Mas fizeram-me lembrar uma seita religiosa. Irónico? Talvez. Mas, não sei porquê, não me tocou. Muito barulho, muito grito, muito ar de louco...e... E nada. E, meu Deus, nunca vi tanta calça de ganga justa e a cair pelos rabos escanzelados da malta!!! :-) Está na altura de mudar de estilo, acho eu. O ar desmazelado,alegadamente, de meninos mal comportados, deixa muito a desejar. Pelo menos uma t-shirt engraçada, poderiam ter!!! :-)

O fim de semana foi

muito atribulado. Concertos, gravações e ensaios, em tempo recorde, as usual. No meio, ainda houve tempo para receber mais uma afilhada, a Teresinha. Estava doentinha, com febre, mas portou-se muito bem. Estava linda, berrou e refilou quando lhe molharam a cabeça, estava no seu direito!!! :-) Durante a tarde, até à noite, portou-se muito bem, foi simpática e lançou imensos sorrisos! E parece gostar de música... Pelo menos abanas os pezinhos ao ouvir Kings of Convenience!!! Já sabe como agradar a madrinha... Tão querida. Fico muito contente por termos sido escolhidas para ser padrinhos da Teresinha, pois sei que a sua Mãe, também gira, confia genuinamente em nós e quer que sejamos amigos e protectores da Teresinha. Não é para simplesmente darmos brinquedos no Natal e nos aniversários. Muitas peças de teatro, concertos, festivais, cinema, caminhadas, futeboladas, copos (a partir dos 18!!!), vai ela gozar com os padrinhos. Bem, pelo menos com a madrinha! O Manso ficará em casa a tomar conta dos seus filhos! :-)

E o loiraço

fez um brilharete... Hiper-descontraído, saindo do palco, durante as músicas, para regressar com um copo de vinho,a sua garrafa de água no bolso,estava em casa. Saía para o palco, para observar e gozar a sua própria banda a actuar. Genial. Nem o seu jeito de cantar com a mão sobre o microfone, tapando muitas vezes a sua cara, impediu que tivesse em contacto connosco, humildes apreciadores da sua música e, devo dizer, de música com qualidade, ou seja, que diz e faz com que sinta alguma coisa. Que nos toca. Venha mais um, eu estarei lá...

Estou contente, hoje

à noite há concerto, do grande e loiro Jay-Jay!!! Não fiquei satisfeita com a amostra de concerto no Frágil! Por isso, hoje, no CCB, é dia de desforra! E bem que preciso de algo assim, para a minha alma! E, por favor, parem de enviar sms's, estou como sempre estive, na minha! Sim, Gongas, é para ti!!! Por favor, não preciso de terapia de bolso, nem de saber quantas gavetas têm na cozinha...não hoje...nem amanhã. Talvez lá mais para o Natal! :-)

:-) O dia tem estado cinzento, com sol, ameaças de chuva, calor e alguma brisa, ou seja, tem estado perfeito, como outro dia qualquer...da minha vida, simples e confusa, como eu gosto. Enquanto não chega a hora do concerto, o Lloyd Cole faz-me companhia...

K.I.S.S - Keep It Simple Stupid...

Numb

Já tenho saudades de escrever, mas sinto-me dormente. Uma sensação estranha tomou conta da minha mão direita. Não sei o que aconteceu. Terá sido o ter desejado escrever quando, ao mesmo tempo, sinto que não deveria escrever? Desde que comecei a escrever neste espaço, tenho "inscrito", gravado, muita coisa num espaço exíguo, virtual, de acesso "público" e com conteúdos, por vezes, pouco "sedutores". Pergunto-me se faz sentido "despejar" o(s) meu(s) eu(s) neste lugar? Acho que deveria ser mais poupada e economizar mais o que aqui deixo sobre mim, para mim e para quase ninguém... Ainda que possa parecer estranho, gosto muito da minha privacidade, de manter a minha vida privada em privado, tentando que esta não seja arrastada para lugares-comuns. Não me parece, contudo, que esteja a ser bem sucedida. Mea culpa
Talvez não fosse má ideia mudar de espaço - um papel e uma caneta, ou um lápis, já que tenho quase sempre um. Hábitos da profissão. Está a passar o Sin City na televisão... Atraem-me, as cores do filme e a negritude dos personagens. Tantos anti-heróis. A minha mão continua dormente. O formigueiro não passa. Será isto um sinal? Preciso de sair daqui. Há lugar no sofá para mais um. Vermelho! Bem escolhida, a cor do sofá. Que seca. Não sinto falta de ninguém. Tenho muito trabalho para fazer. O tempo está estranho. Não penso duas coisas iguais ou interligadas! Estou a precisar de uma dose de boa disposição... Ou seja, preciso de ouvir música! Preciso de cantar! E dançar um pouco, também ajudaria. Quero estar com pessoas que não precisem de estar comigo. Não quero que exijam nada mim. Quero dar-me a desconhecidos e de seguida partir das suas vidas. Quero estar com o Rodrigo. Vou para o sofá.