quinta-feira, março 15, 2007

Dar a cara contra a homofobia - FYI

Estava num dos sites do BE e achei interessante. E como tem a ver com a Polónia e não tarda, lá estarei...

Arrancou na Polónia mais uma campanha contra a homofobia, levada a cabo pela ONG polaca Kampania Przeciw Homofobii. Há uma semana atrás foram espalhados por toda a Varsóvia, e pelos media, grandes posters, onde apenas se podia ler, em letras garrafais: “Estás a olhar pra onde, ó maricas?” e “Estás a olhar pra onde, ó fufa?”. Fundo preto, nada mais. O espanto gerou-se. Hoje, o segredo foi finalmente revelado.

Os cartazes foram substituídos por dois outros, com a foto de um activista em tamanho real (homem ou mulher, consoante o caso), sobre a qual se pode ler: “Maricas. Ouço-o todos os dias. O ódio magoa.” e “Fufa. Ouço-o todos os dias. O ódio magoa.” A ideia é ser simples. Não se usa um termo complexo como homofobia, mas sim as suas implicações reais em quem o sente. Os “insultos” utilizados pretendem ilustrar a homofobia diariamente sentida, ainda que sob diversas manifestações. A expressão “O ódio magoa.” expressa as ramificações do discurso do ódio e da violência, “dando uma cara” às vítimas – nas quais geralmente se pensa em abstracto.

Os rostos da campanha são dois activistas da ONG, homossexuais e polacos. Nada mais directo, portanto.

Note-se que a Polónia tem um longo historial homofóbico, não cumprindo sequer as exigências da UE no que se refere à discriminação com base na orientação sexual.Ainda este mês o presidente polaco Kaczynski afirmou, durante uma visita de Estado à Irlanda que “o aumento da homossexualidade levaria ao desaparecimento da raça humana”.

A parada gay foi proibida na Polónia durante dois anos seguidos (2004 e 2005), alegando-se que “a promoção pública da homossexualidade” não devia ser permitida. Foi finalmente autorizada em 2006, mas só após o assunto ter sido levado ao Tribunal Constitucional. Ainda assim, foi marcada para o mesmo dia uma contra-manifestação do partido da Liga das Famílias Polacas (em coligação no Governo). Anos atrás, uma manifestação deste cariz, à qual se juntaram grupos de skinheads, terminou com grande violência e agressões aos manifestantes.
Num ambiente hostil como a sociedade polaca, dar a cara numa campanha destas, sendo cidadão polaco, não é tarefa fácil ou isenta de riscos. Todo o apoio que lhes possamos nunca será, por isso, demais.
http://www.gregswarsaw.blogspot.com/

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Importantíssimo combater a homofobia, um dos grandes males da nossa sociedade dita evoluida.

No meu local de trabalho tenho tido o prazer diário de constatar o que eu sempre soube : que estas pessoas não são diferentes de ninguém, também me sinto ofendida quando oiço nomes que lhes chamam (fora aqui da Escola, claro). Fico furiosa. São de uma sensibilidade, amizade, sensibilidade comoventes. Adoro os alunos e as alunas daqui. Extremamente sensíveis e inteligentes.

Ainda no outro dia, na cantina, peguei-me com um funcionário aqui da Escola porque teve a lata de chamar maricas a um aluno, à minha frente. Peguei-me com ele a sério. Não se atreve mais a dizer essas coisas na minha presença. E o Director estava a ouvir, quero lá saber!!!

Beijos doces

a.p.v.

6:39 da tarde  

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