quinta-feira, dezembro 21, 2006

InterregnU

Tenho estado a fazer imensas coisas giras e cansativas - concertos e concertos, a coisas cansativas e cansativas - comprar prendas... :-) Mas sobre o espírito do X-mas, falemos mais tarde. Ainda não estou de volta a 100%, mas estou voltando.

Tenho passado os últimos meses com idiotas, ie., pessoas cheias de ideias e, naturalmente, tenho que partilhar com vocês as ideias deles. Aguardem...são fenomenais e originais!!! Como todas as ideias, claro. Mas mais do que originais, são fixas... Duram e duram...
Gostaria de saber quem foi o idiota que inventou o conceito ideia!!! Algum grego ou "latino"! Alguém sem nada para fazer. E vejam no que deu: mil e uma ideias de fazer bacalhau(eu sei que são maneiras, mas a analogia pareceu-me igualmente válida), mil e uma ideias de decorar a sua casa, mil e uma ideias de seduzir o seu companheiro, mil e uma maneiras de dominar o mundo inteiro... Tanto que há para fazer. E houve um que, a dada altura, se lembrou de as meter, as ideias, em livros. Daí, o surgimento das enciclopédias! E dos best sellers! E dos Paulos Coelhos (preciso de ar... fiquei agoniada) E sabem que mais? Descobri isto tudo sozinha... Sou tão original...

- Dear, Dr.Phil, sou uma idiota! Ninguém me compreende. Pode ajudar-me?
- Bem, Nina. Imagine que é um saco de batatas. Se tiver demasiado peso lá dentro, se tiver mais batatas do que é suposto ter, torna-se muito complicado carregá-lo. Está a entender-me?
- Não, nem por isso...
- Deixe-me explicar-lhe de outra forma: você é um cesto de maçãs. Das vermelhas, daquelas grandes e rosadas. Mas, certo dia, ao remexerem em si, i.e, no cesto - não me entenda mal - encontram uma maçã "passada", que já foi muito apalpada. E, uma vez mais, não é agradável. Mas acontece e tenho a solução para si. Está a seguir-me?
- Confesso que me perdi entre as batatas, voltei a encontrar-me nos apalpões - é algo familiar - mas depois fiquei, utilizando as suas palavras, Dr.Phil, passada! E com fome... Devo tornar-me vegetariana, é o que está a dizer? É isso? É que já tinha pedido vitela à padeiro, no vosso fabuloso hotel! E...é verdade...bebi tudo o que estava no mini-bar, não faz mal, pois não? (soltam-se uns soluços...)
- Isso já não são contas do meu rosário! E deixe-me dar-lhe este conselho: bem, Nina, já vi que é um caso muito complicado, reconheço alguns dos sintomas, a fome, por exemplo. É um dos mais comuns sintomas. Essa fome que sente, parece-me que já vem desde há muitos anos. Não posso ajudá-la enquanto não admitir esse seu desejo incontrolável de comer todos os dias. Come ou não come todos os dias?! Responda-me!
- É verdade, Dr. Phil, como é que sabia? Ainda ontem à noite, eram 21h e depois de 6 horas de viagem, deu-me uma vontade enorme de comer. E hoje, estou aqui há 5 horas na gravação do programa e, estranho, também sinto fome. Eu logo vi que algo estava errado comigo (choros..) Ando há anos a esconder isso da minha família...
- Então, pensava que chegava aqui e encontrava um parvalhão? (risos e volta a cabeça para o lado). O seu caso já está muito avançado. Anda há 31 anos a comer! (silêncio. De repente, ouve-se um som semelhante ao abrir de um pacote de Cheetos. Falso alarme, era um pacote de Oreo's). Mas, o meu instinto (também conhecido por produtor do programa), diz-me que devo fazer algo por si.
- A sério?
- Sim, minha tarte de maçã reineta... Depois do intervalo, vamos falar sobre o meu último livro, "Como deixar de ter fome, comendo" e voltamos com a Maria que, ainda não percebeu o porquê de todos os doces da casa dos restaurantes lá da sua terra, se chamarem "doce da avó" e sempre que vai a um restaurante e vê isso escrito na ementa, desata a gritar, imaginem - "não avó, não preciso de mais meias!!! E não limpes a placa à frente dos meus colegas...." Que caso dramático... Be right back, folks!